Quase dois anos após a explosão do navio Vicuña ocorrida em 15 de novembro de 2004, no Porto de Paranaguá , resíduos dos 291 mil litros de óleo combustível que vazaram da embarcação ainda podem ser encontrados em alguns pontos do litoral paranaense, como nos manguezais das ilhas das Peças e da Cotinga. O material está preso à vegetação, às rochas dos costões e no fundo do mar e não pode ser retirado sob o risco do impacto ambiental ser ainda maior.
Apesar de todo o tempo decorrido, não se tem a real dimensão dos efeitos ambientais, econômicos e sociais deixados pelo acidente. Pescadores relatam queda de 80% no volume de pescado. O turismo no litoral também foi prejudicado. Culpados e soluções ainda estão sendo levantados.
O Tribunal Marítimo, órgão auxiliar do Poder Judiciário encarregado de julgar acidentes como o do Vicuña, informa que está em curso a produção "antecipada" de provas. "O processo está em fase de conclusão", diz o juiz relator Marcelo Gonçalves. De acordo com ele, depois da apresentação do inquérito pela Capitania dos Portos, enviou-se uma equipe técnica ao Paraná para se descobrir os verdadeiros motivos da explosão e averiguar danos ao meio ambiente.
Além dos danos ambientais, danos socioeconômicos ainda são sentidos no seio das aldeias de pescadores das ilhas atingidas. "É a pior crise dos últimos 30 anos", afirma o pescador Ciro Pereira, morador da Ilha das Peças há 46 anos. "Os caranguejos estão morrendo e nosso cativeiro de ostras está reduzido. Tudo culpa do óleo. Tem gente que ainda nem recebeu o dinheiro da indenização", completa.
Associações de Pescadores de Guaraqueçaba, Pontal do Paraná, Ilha do Mel e Paranaguá confirmam que muitos trabalhadores ainda não receberam as indenizações relativas aos 51 dias em que a pesca ficou proibida na baía. "Estamos estudando as possibilidades legais para pedir as indenizações merecidas", informa o prefeito de Guaraqueçaba, Riad Zahoui. "Estamos esquecidos aqui e queremos saber o que vai ser de nosso futuro", diz o pescador Genir Pires.
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