Avenida Luiz Xavier, jovem sofre truculência em plena via pública por não ter pagado a despesa feita num dos quiosques de bar, na Rua XV. Foto de dezembro de 2007| Foto: Arquivo Cid Destefani
Confusão na Praça Osório, a polícia interdita o trânsito por horas em razão de um achaque passional. Não houve interferência, a pessoa causadora da confusão pertencia à família de um graduado da PM. Foto de 4 de agosto de 2008
Cronistas policiais era uma elite de jornalistas das décadas de 1930-40. Suas notícias sensacionalistas agradavam aos leitores da época. Foto de cronistas em excursão em 1938
Fundada em novembro de 1911, a Guarda Civil de Curitiba prestou seus serviços até 1964, quando foi extinta pela revolução militar. Foto 1911
Um tipo de autoridade foi entregue pela prefeitura para jovens carentes: caçar cães vadios. Tais servidores eram mal vistos pela população, principalmente a infantil. Foto 1930
O curitibano respeitador de leis acatava tudo que lhe era imposto. Transeuntes atravessam a rua, na Praça Tiradentes, pela faixa de pedestres. Novidade introduzida em 2 de agosto de 1945
Em 1960, flagrante tomado na Avenida João Pessoa (Luiz Xavier) quando a polícia desmanchava uma manifestação a cacetadas
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O negócio aqui da Nostalgia é passado, entretanto existem coisas que ocorrem na atualidade que merecem ficar na história. O acontecimento tumultuado da semana que passou, ocorrido no Bairro Alto, em Curitiba, está dando pano para manga e, com certeza, deverá ficar nos anais da história da cidade como mais um fato nonsense. Sem sentido, malsucedido.

Lembro os meus primeiros passos na imprensa paranaense: fotografar e trazer notícia sobre futebol; fotos de entrevistas em que o entrevistador queria aparecer na fotografia mais que o entrevistado; fotos para a coluna social, com vaidades borbulhantes além das champanhotas. De todos os fatos que as reportagens abordavam, o mais sórdido era o que se referia às notícias policiais.

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Percorrer as delegacias para escrachar delinquentes; registrar a imagem de cadáveres na pedra do necrotério; jogo do bicho, jogatina nos parques de diversões; e um sem-número de outros tipos de ocorrências. Quem policiava a cidade era a Guarda Civil, inclusive eram tais guardas pertencentes ao serviço de Radiopatrulha que faziam a ronda nas ruas da cidade e seus bairros.

A Polícia Militar só entrava em cena para controlar um acontecimento de maior agitação. A sinalização do tráfego de veículos passou a ser feita pela PM em 1952, com a criação da Companhia de Polícia de Trânsito, trabalho que era prestado até então pela Guarda Civil. Após 1964, com os militares no comando do país e com a extinção da Guarda Civil, é que o policiamento ostensivo foi entregue às polícias militares dos estados.

Nas ocorrências a partir de 1964, a PM ficou com as glórias dos bons serviços prestados à comunidade, como também com a execração pública por arbitrariedades cometidas contra o cidadão pacífico, que era tratado pelo jargão policial como elemento ou indivíduo.

O fato ocorrido no Bairro Alto e devidamente registrado por um cidadão mostra para a população – via canais de televisão, jornais impressos, rádios e, principalmente pela internet – o que realmente aconteceu naquele espaço de Curitiba foi uma ação desastrosa. Em que pesem as instruções meticulosas e de relevante ensino oferecidos pela Academia do Guatupê, existem momentos em que os policiais extrapolam o bom senso e partem para a agressão.

Nitidamente, a gravação feita no Bairro Alto mostra um elemento feminino da PM destratando alguém com termos pejorativos e outro policial, truculento por sinal, perseguindo um dos moradores de cassetete em riste e imprecando um palavrão que é de estarrecer ao sair da boca de uma autoridade, que devia respeitar as pessoas e ter um mínimo de educação para tratar com as mesmas.

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O fato ocorrido serviu para mostrar uma coisa, que agora o chumbo é trocado. Contra cacetadas, doses de gases lacrimogêneos e outras truculências que possam ocorrer, por parte dos mantenedores da ordem, contra o cidadão – também conhecido como elemento ou indivíduo. Mas esses indivíduos possuem uma arma eficaz na defesa pessoal, que são os celulares onde se registram em imagens e sons os fatos ocorridos, e incontestáveis. Caro policial em serviço, na próxima vez, antes de soltar palavras de baixo calão e usar o seu cassetete, faça o seguinte: Sorria, você pode estar sendo filmado!