A Organização Mundial de Saúde (OMS) emitiu nota nesta segunda-feira (29) para esclarecer rumores relacionados ao zika vírus e à microcefalia que seguem circulando entre a população. Foram seis pontos abordados pela nota da OMS. Entre outras coisas, a organização desmente a relação entre vacinas e larvicidas com o surto de má-formação neurológica em bebês.
No mês passado, o Rio Grande do Sul chegou a suspender o uso do larvicida pyriproxyfen após o artigo de um grupo de médicos argentinos relacionar o inseticida ao surto de microcefalia no país. Na nota emitida no começo desta semana, a OMS reforça a segurança do pyriproxyfen, um dos larvicidas recomendados pelo órgão para o controle do mosquito, e cita estudos de outras instituições que também indicam que o produto não causa má-formação em bebês.
Outro boato que circula no Brasil é que a aplicação de vacinas em grávidas e mulheres em idade reprodutiva seria o motivo para o aumento de casos de microcefalia. De acordo com a OMS, “uma extensa análise dos documentos publicados em 2014 não encontrou prova de que nenhuma vacina aplicada durante a gravidez resultou em má-formação nos recém-nascidos”.
Sobre a desconfiança em relação às experiências com mosquitos geneticamente modificados para controle da população de Aedes aegypti, a OMS destaca que a técnica modifica os genes dos mosquitos machos, que não picam os humanos. O órgão defende a ação, assim como o uso de mosquitos esterilizados com baixas doses de radiação. De acordo com o órgão, essa técnica já vem sendo utilizada em larga escala para o controle de pragas na agricultura e pecuária.
O órgão também desmente o boato de que o uso de mosquitos contaminados com a bactéria Wolbachia para controlar o Aedes aegypti seja o responsável pelo surto de microcefalia. No Brasil, as experiências com mosquitos contaminados são feitas pela Fiocruz, que tem soltado os insetos em bairros de Niterói e do Rio de Janeiro. No mundo, há registros de experiências com a Wolbachia e o Aedes na Austrália, Indonésia e Vietnã. em nenhum dos países, houve surto de zika.
Por fim, a OMS confirma que peixes podem ajudar a controlar a população do mosquito. A instituição cita o exemplo de El Salvador, onde peixes que se alimentam de larvas estão sendo colocados em recipientes de armazenamento de água. Esse, de acordo com o órgão, é um método biológico que faz parte de uma “abordagem integrada do controle dos mosquitos”.
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