Últimos dias
Vizinhos confirmam que Edenilson "morava" no local
Sob condição de anonimato, vizinhos confirmaram ter visto Edenilson na chácara nos últimos meses. Eles afirmaram, porém, que o homem não era caseiro e que tinha invadido o local. "Logo após o último inquilino ter saído, há uns seis meses, uma família invadiu o local, mas nunca suspeitei que ali era ponto de tráfico. Vi esse rapaz umas três vezes", disse um dos moradores da região. Outro vizinho disse, inclusive, que conversou com um oficial da PM no dia da abordagem na chácara, mas que não acompanhou o desfecho da ação. A mãe de Edenilson, Marinelsa Rodrigues, afirmou que o filho tinha sido convidado para morar na chácara por um amigo. Logo após o convite, porém, o homem havia se mudado. A mulher disse também que o filho já tinha sido informado que teria de desocupar o local e que ele estava procurando uma nova moradia.
MP ouviu testemunhas
O Ministério Público (MP) confirmou que há um procedimento aberto no Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) para apurar as circunstâncias do desaparecimento de Edenilson Murillo Rodrigues. O órgão informou ainda que algumas pessoas foram ouvidas, mas não divulgou quantas e nem se elas pertencem ao quadro da Polícia Militar. De acordo com a assessoria do MP, os promotores irão aguardar a apuração da Corregedoria da PM antes de prosseguir com o seu procedimento.
Enquanto a Polícia Civil busca o paradeiro de Edenilson Murillo Rodrigues, 26 anos, sua mãe, a aposentada Marinelsa Rodrigues, 54, conduz uma investigação paralela para descobrir o que ocorreu no dia 21 de maio, quando policiais da Rone, grupo de elite da Polícia Militar paranaense, entraram na chácara onde o filho dela morava, em Piraquara, para averiguar uma denúncia de tráfico de drogas. Desde então, o homem está desaparecido.
Depois daquela noite, Marinelsa colou mais de uma centena de cartazes em bares, postes e supermercados de Piraquara, Pinhais, Colombo e Curitiba, além de ter registrado ocorrências na própria Polícia Militar, na Delegacia de Piraquara e no Ministério Público do Paraná.
No fim de tarde da última sexta-feira, ela esteve pela terceira vez na Vila Zumbi dos Palmares, em Colombo. O objetivo era encontrar o proprietário do Bar do Jairo, que um dia antes havia telefonado dizendo ter visto Edenilson. Ao chegar ao local, porém, a primeira decepção. Jairo disse que havia se confundido. Mas havia um alento: segundo o homem, o carroceiro que tem circulado no bairro recentemente e o filho de Marinelsa "são muito parecidos".
Ainda naquela tarde, com a nova informação, a mãe peregrinou de bar em bar. "É como procurar uma agulha num palheiro", resignava-se a aposentada, até que três moradores em pontos distintos do bairro reacenderam as esperanças. Um deles foi enfático. "Tenho certeza que ele está aqui. Até falei que a família estava à sua procura, mas ele parece estar amedrontado com alguma coisa", disse o homem, que não quis ser identificado.
As pistas esquentaram ainda mais quando Marinelsa, já por volta das 19h30, se viu em um churrasco realizado em uma oficina mecânica. Os convivas, que vinham ajudando o carroceiro lhe dando pequenos trabalhos, confirmaram que o homem da foto no cartaz estava na região, mas que não sabiam onde ele dormia.
Esperançosa, Marinelsa voltou ao local na manhã do dia seguinte. Com mais pistas e sob a luz do sol, ela encontrou o carroceiro em um ferro-velho. Mas toda a esperança alimentada noites a fio ruiu em segundos. Apesar da semelhança, o homem, que se identificou como Danilo, não era o filho que ela procura há 120 dias. "Fiquei triste. Estava convencida de que era ele".
Sem respostas sobre o paradeiro do filho e até mesmo sobre o que de fato ocorreu na noite de 21 de maio, a aposentada aguarda um retorno da polícia a respeito do caso, semelhante ao do pedreiro Amarildo, sumido desde a noite de 14 de julho, quando entrou em uma viatura da Unidade de Polícia Pacificadora da Rocinha, no Rio de Janeiro.
Policiais envolvidos foram afastados
A Polícia Militar confirmou a abordagem na chácara onde Edenilson Murillo Rodrigues trabalhava, mas disse não ter registro da presença do caseiro no local no dia da ação policial. A informação foi repassada pelo coronel Rui Rota da Purificação, comandante do Batalhão de Operações Especiais (Bope), unidade a qual a Rone está subordinada.
"A abordagem ocorreu, mas a motivação e o que aconteceu depois ainda estão sendo averiguados. Por enquanto, o que posso dizer é que não há registro da presença dessa pessoa na chácara e nem do encaminhamento", afirmou Rota, que confirmou o afastamento dos oito policiais da Rone envolvidos na abordagem até que as investigações sejam concluídas.
A mãe de Edenilson conta ter ouvido de policiais que a incursão na chácara fora motivada por uma denúncia feita por um homem chamado Edenilson Muller Barreto, que durante uma revista policial disse ter comprado drogas na chácara. De acordo com a mulher, cinco pessoas estavam no imóvel no momento da abordagem: o filho dela, a companheira e uma enteada de 7 anos, dois adolescentes e um homem, conhecido como Vanderlei.
Ainda segundo a mulher, testemunhas teriam lhe contado que, antes de desaparecer, Edenilson passou por sessões de afogamento na piscina da chácara e depois foi colocado desacordado em uma viatura. As denúncias estão sendo investigadas por um procedimento da Corregedoria da PM. Já o desaparecimento do rapaz é alvo de inquérito conduzido pelo delegado titular da Delegacia de Piraquara, Guilherme Maurício Wall Fagundes.
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