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Por meio de uma empresa que promove a aproximação entre geradores de resíduos e recicladoras, a construtora Camargo Corrêa encontrou um destino para os descartes das obras na Repar | Divulgação
Por meio de uma empresa que promove a aproximação entre geradores de resíduos e recicladoras, a construtora Camargo Corrêa encontrou um destino para os descartes das obras na Repar| Foto: Divulgação

Pioneirismo

A bolsa de reciclagem da Fiep existe desde 2001. Veja mais detalhes sobre as operações:

- Os plásticos são os produtos mais anunciados. Na se­quência, aparecem metais, máquinas e equipamentos.

- 7 mil empresas estão cadastradas.

- 8 novos anúncios são cadastrados por dia no Paraná.

- 19 mil anúncios foram divulgados.

- 74 mil registros de interesse por ofertas foram feitos.

- 213 mil visitas foram feitas ao site.

- Valor médio de cada operação é de R$ 600 mil.

Para um empresário, é um problemão. Para outro, é insumo barato. E para aproximar quem quer descartar resíduos industriais de quem busca materiais para serem reprocessados existem bolsas de reciclagem. A primeira do Brasil surgiu no Paraná, em 2001, e deu origem a uma rede de bolsas. O modelo foi inspirado em uma iniciativa alemã, baseada em anúncios de entulhos e aparas por parte de fábricas e na procura, pelas recicladoras, de restos de produção que pudessem ser reaproveitados.

Michele Vilarin, que é res­­ponsável pelo Sistema Integrado de Bolsa de Re­­síduos (SIBR), conta que a Fe­­deração das Indústrias do Paraná (Fiep) e o Serviço Nacional da Indústria (Se­­nai) implantaram o sistema pioneiro no Brasil. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) decidiu concentrar várias bolsas num mesmo portal – abrindo a possibilidade para que empresas de vários estados negociassem resíduos. As federações industriais de São Paulo e do Rio de Janeiro também têm modelos considerados fortes.

Os interessados podem se candidatar para comprar, vender, doar ou receber doação de resíduos. Quando uma empresa cadastrada se interessa por um anúncio, ela manifesta a intenção de negociar e recebe o contato do anunciante – que até então é mantido em sigilo. "Não interferimos na negociação", diz Michele. Nada é cobrado dos usuários do SIBR. Há um contrato-padrão de compra e venda, ou de doação. "As empresas são responsáveis pelo resíduo até a destinação final. Então, elas precisam se cercar de garantias", explica a gestora do SIBR. Acaba sendo um bom negócio para quem se livra de um resíduo e para quem o adquire a custos baixos – às vezes, arcando apenas com o transporte. Um passivo ambiental vira um ativo econômico.

Aproximação

Além de sistemas gratuitos, calcados em anúncios, também existem empresas que oferecem o serviço de aproximação entre geradores de resíduo e recicladoras. A Rederesíduo busca empresas que possam se interessar por entulhos produzidos em larga escala. Francisco Luiz Biazini Filho, um dos gestores da Rede, comenta que a diferença para o sistema de bolsas é a procura direcionada.

O reciclador não paga pelo serviço, que é custeado pelo gerador do resíduo. Entre as empresas que usam o sistema está a construtora Camargo Corrêa. Na obra realizada na Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), da Petrobras, em Araucária, a empreiteira acionou a Rederesíduo para encontrar recicladoras que pudessem receber os entulhos. "A prioridade é dos parceiros locais, para diminuir as distâncias a serem percorridas", conta Biazini. No caso da Repar, várias toneladas de resíduos foram encaminhadas para empresas da região.

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