Para lembrar as 19 vítimas da série de ataques nas cidades de Osasco e Barueri (Grande SP), no último dia 13, um grupo de manifestantes da ONG Rio da Paz colocou nesta sexta-feira (28) 19 sacos pretos com corpos feitos de papel com nomes dos mortos.
Justiça decreta prisão de PM suspeito de participar de chacina na Grande SP
Leia a matéria completaO ato acontece desde 6h30 na calçada do vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp ) na avenida Paulista, região central de São Paulo. A ONG, vinculada ao Departamento de Informação Pública da Organização das Nações Unidas (ONU), também cobra do governo Geraldo Alckmin (PSDB) apoio aos parentes das vítimas e a rápida conclusão do crime.
Os manifestantes também usam uma faixa com a pergunta “Quem matou 19?”. Na madrugada desta quinta-feira (27), a estudante Letícia Vieira Hillebrand da Silva, 15, se tornou a 19ª vítima da chacina. Ela era uma das seis pessoas que tinham ficado feridas na noite do crime. Estava internada no Hospital Regional de Osasco após levar um tiro no abdômen, mas não resistiu e morreu com infecção abdominal.
Letícia é a única mulher dentre os 19 mortos. A adolescente foi baleada com uma amiga, uma motorista de 27 anos que já recebeu alta, quando voltava da casa de colegas. Ela era filha única e cursava a sétima série em uma escola estadual. “Era uma jovem de talento, que poderia ter um bom futuro. E nos deixou dessa forma”, disse uma professora durante o enterro de Letícia.
“A chacina de Osasco-Barueri precisa contar com o repúdio de todos os cidadãos brasileiros e instituições democráticas. Trata-se de grave atentado a valor inegociável da democracia, de crime praticado contra pessoas que são consideradas matáveis no nosso país -moradores de periferia; e de prática criminosa que, se não for extirpada, pode levar São Paulo a entrar em processo de mexicanização. Hoje, no México, o Estado está rendido ao crime organizado”, disse a ONG em sua página no Facebook.
Pelo menos sete dos 18 policiais militares suspeitos de participação nas mortes em série de duas semanas atrás na Grande São Paulo estavam de plantão na corporação no momento do crime.
A informação, que consta de documentos enviados pela Corregedoria da PM à Justiça Militar, pode ser um álibi na defesa dos suspeitos ou indicar que seus superiores foram omissos ou coniventes com a atuação dos policiais.
Os sete policiais - um sargento, um cabo e cinco soldados - integram o policiamento de moto do 42º Batalhão de Osasco, a Rocam, responsável pela segurança da região dos ataques.
Eles estão entre os 18 PMs que foram alvos de mandados de busca e apreensão, no fim de semana, cumpridos por ordem da Justiça Militar após pedido da corregedoria.
As mortes na noite do dia 13 em Osasco ocorreram, segundo os registros oficiais, num intervalo inferior a duas horas, a partir das 20h50. Já os policiais, segundo documentos da corregedoria, “foram liberados normalmente” do trabalho às 23 horas.
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