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A Associação De Olho No Material Escolar (Donme) desmentiu nova fake news relacionada ao Agro na segunda etapa do Enem. Na prova, aplicada no domingo (12), uma questão colocada para análise dos candidatos afirma que “os solos amazônicos, ricos em silicato, não são apropriados para o cultivo por serem incapazes de reter nutrientes”.
De acordo com a Donme, o tema foi exposto de “forma equivocada”.
“Ao contrário do que foi mencionado, não é verdade que os solos amazônicos são inapropriados para cultivo por serem incapazes de reter nutrientes. Tanto é que existe agricultura nestes solos, seja com baixo ou alto uso de insumos agrícolas. Os solos brasileiros em sua grande maioria são de baixa fertilidade. Com o desenvolvimento da ciência e o uso de novas tecnologias foi possível encontrar diversos modelos de produção agropecuária para serem empreendidos tanto no solo amazônico como nos demais biomas brasileiros”, diz o trecho de uma nota da Associação enviada à Gazeta do Povo, nesta terça-feira (14).
Apesar de abrir com o comentário sobre o solo da Amazônia, a questão do Enem trata sobre valores de eletronegatividade a partir da combinação de elementos metálicos.
A Donme surgiu ainda durante a pandemia quando os produtores rurais passaram a ter contato com os livros didáticos usados pelos filhos.
De acordo com os produtores, o material escolar tratava o negócio da família, o agronegócio, de forma distorcida e ideológica.
Com associados de 11 estados brasileiros e cerca de três mil apoiadores – dentre professores, diretores de escolas, pesquisadores e cientistas –, o grupo tem feito visitas técnicas a editoras e promovido vivências para professores e alunos em fazendas e empresas do agronegócio.
Em 2021, os produtores chegaram a recorrer ao Ministério da Educação (MEC) para que a pasta promovesse apenas livros didáticos sem visões distorcidas.
Em seu site, a Associação também mantém hospedado um vídeo da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) em que a estatal demente outra fake news relacionada a Amazônia.
"A região abriga mais de 23 milhões de pessoas, incluindo povos indígenas e comunidade tradicionais, que atuam como guardiões e têm no bioma importante fonte de alimento, energia e de renda", diz um trecho do vídeo.
Outro documento usado pela Donme para refutar visões distorcidas sobre a Amazônia é o boletim do Observatório de Bioeconomia da Fundação Getulio Vargas (FGV).
No boletim de janeiro de 2022, o documento dá destaque ao aumento da produção de soja na região.
"Entre 2000 e 2020, o valor de produção da atividade agrícola do bioma Amazônia cresceu, em termos reais, 327,3%. Como resultado desse desempenho, em 2020, a produção da região alcançou R$ 57,3 bilhões (12,2% do país), distribuídos em 11,4 milhões hectares de área colhida (13,7% do Brasil). A expansão da produção no bioma Amazônia, no período, foi puxada, sobretudo, pela soja, que respondeu por 53,9% da alta", diz um trecho do boletim.