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Protagonismo

ONG faz casas para famílias carentes

 | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
(Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo)

Construir casas emergenciais para famílias em situação precária é a missão que a ONG Teto executa em Curitiba e região metropolitana desde 2014. O modelo de atuação da organização sem fins lucrativos é totalmente participativo, contando hoje com 147 voluntários fixos na capital paranaense. “A importância do modelo de trabalho ser focado no voluntariado é a formação da consciência e da ação social. É um dos objetivos estratégicos do Teto”, afirma Aline Tavares, diretora da Teto no Paraná.

Trabalhando dessa forma, explica Aline, fica mais fácil mobilizar pessoas para a causa porque elas acabam conhecendo a realidade das favelas de perto. “Depois dessa experiência, a maioria das pessoas torna-se mais consciente quanto ao seu papel de agente transformador da sociedade. Não fica apenas reclamando sem fazer nada para melhorar, quebra-se preconceitos e paradigmas”, afirma.

Cada unidade construída custa cerca de R$ 6,5 mil e, para financiá-las, a entidade capta doações de apoiadores. Segundo Aline, a maior parte da receita do Teto vem de empresas, mas, por conta da crise, os recursos se tornaram mais escassos, o que tem levado a entidade a apostar na captação com indivíduos. Para isso, a organização criou o programa “Construção em Família”. Por esse modelo, um grupo de cerca de dez pessoas faz a captação – de modo a dividir o esforço para conseguir levantar os recursos – para, em seguida, ajudar a erguer as moradias.

Trinta casas já foram construídas nesse programa e outras duas dezenas devem ser fabricadas até dezembro. “É um programa muito bom, funciona como se a área de captação ganhasse ‘captadores’ para ajudar a conseguir recursos, além de trazer pessoas novas comprometidas com a causa.”

Neste ano, a organização começou a apostar também no financiamento coletivo online. O Teto lançou neste mês uma campanha para financiar a construção de 21 casas em outubro. Para engajar pessoas de todo o Brasil, a entidade conta com dois “embaixadores” – Andressa Neves, voluntária da Teto, e Ronan Oliveira, apoiador da causa e ex-BBB – que estão empenhados em vencer o desafio de tornar o projeto possível. “A campanha é no formato tudo ou nada, caso não seja atingida a meta de captação estabelecido, os recursos voltam para seus doadores e o projeto não acontece.” A campanha vai até o dia 2 de outubro e as contribuições podem ser a partir de R$ 10, no site benfeitoria.com/canal/tetobrasil.

As famílias são selecionadas para a construção a partir de um levantamento sócio-econômico. Aquelas que aderem ao programa precisam pagar, como contrapartida, R$ 200 pela moradia construída, além de participarem de reuniões comunitárias, atividades pré-construção, mobilizarem amigos e vizinhos a ajudar no projeto e trabalhar na construção com os voluntários. “O índice de inadimplência gira em torno de 20% a 30%. O pagamento é importante, pois torna todo o trabalho mais participativo, - famílias e Teto trabalham em conjunto - e também porque quando você olha para o total arrecadado , este valor faz a diferença para execução de outros projetos ou construção de mais casas”, afirma Aline.

Mesmo com as dificuldades atuais por conta da crise, os números do Teto em Curitiba e região metropolitana são expressivos. Em 2014, quando iniciaram as atividades na capital, foram construídas cinco casas. Em 2015 foram 55 casas. E neste ano, até agora a entidade levantou 40 casas, com a previsão de erguer outras 49 até o final de dezembro. A organização está presente na América Latina e no Caribe. No Brasil, apenas quatro estados brasileiros – São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia e Paraná – têm sedes da entidade.

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