Quem passou pela orla de Copacabana , no Rio de Janeiro, nesta terça-feira (9) pôde ver manequins representando corpos de pessoas enterradas em valas clandestinas e envolvidas por pneus, lembrando as vítimas incineradas vivas pelo tráfico no Rio. Esse foi o ato de protesto da organização não-governamental Rio de Paz contra os nove mil casos de pessoas desaparecidas, sem esclarecimentos, entre janeiro de 2007 e dezembro deste ano.
O presidente da ONG Rio de Paz, Antônio Carlos Costa, disse que nos últimos anos houve um crescimento acelerado no número de pessoas desaparecidas e não há, em contrapartida, uma mobilização social eficiente contra a violência.
Entre 1964 e 1985, foram registrados 138 casos de desaparecimento de natureza política. De janeiro de 2007 até hoje, 9 mil pessoas desapareceram. Nós não vemos nenhuma mobilização da sociedade e nenhuma pesquisa. Quem está morrendo hoje é gente pobre, fora da escola. Se a classe média estivesse sofrendo nessa mesma extensão, o Rio de Janeiro já teria parado.
Antônio Carlos estima que cerca de 70% das pessoas desaparecidas estão mortas, porém a organização fará em 2009 uma pesquisa para checar as causas e o número exato de desaparecidos. A manifestação de final de ano da Rio de Paz ocorrerá no sábado (13) na Paria de Copacabana e lembrará as 16 mil vítimas da violência nos últimos dois anos no Rio de Janeiro.
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