Ponta Grossa Tirados do habitat natural e sem um local apropriado para viver, cerca de 80 leões estão abandonados no país e correm o risco de ser sacrificados o que quase aconteceu com um leão deixado por um circo e adotado em Irati. Enquanto isso, governo e organizações não-governamentais (ONGs) consideram parcerias, exportação de animais e até o sacrifício para resolver o problema.
No Paraná, os animais apreendidos ou abandonados deveriam ser repassados para um dos seis mantededores de fauna exótica do estado. Mas essas entidades ainda estão sob processo de regularização junto ao Instituto Ambiental do Paraná (IAP), explica a técnica de fauna do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Cosette da Silva. Enquanto isso, os animais ficam sob responsabilidade do Ibama. Um leão já morreu após ficar três anos esperando por um local adequado para tratamento.
Segundo as ONGs Rancho dos Gnomos e WSPA, apenas 12 dos leões abandonados no país estão sob responsabilidade das entidade. "O Ibama não nos fornece a situação e o local onde estão os outros animais", reclama a presidente da WSPA no Brasil, Elizabeth Mac Gregor. O representante da diretoria de Fauna do Ibama, João Moreira Junior, afirma que um levantamento será finalizado no começo de agosto.
Há duas semanas, uma reunião entre as ONGs, o Ibama e a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, tentou resolver o problema crônico dos leões. Três opções foram cogitadas: uma parceria entre o poder público e empresas privadas para arcar com os custos, a exportação dos felinos para a África do Sul (que já ocorreu esse ano) e a alternativa mais polêmica sacrificá-los. "Isso está fora de cogitação. O que propomos foi esterilizar os leões e proibir a importação de novos animais", diz Moreira, do Ibama.
Os altos custos de tratamento, a decadência financeira de circos e zoológicos, a proibição de animais em circos de algumas cidades do país e um projeto de lei proibindo qualquer espécie de bicho em espetáculos circenses no Brasil são os principais motivos para a atual situação de abandono dos animais. E ela só se agravou desde a morte de um menino de 6 anos, atacado por dois leões do Circo Vostok, em abril de 2000, em Pernambuco.
Nova casa
Lyon, o leão que foi dado para criação por um circo em Irati, chegou há duas semanas à fazenda do empresário do setor de defensivos agrícolas Flórido Abrão, localizada em Rio Azul, na região Sul do estado. "Ele está bem instalado. Vamos acompanhar o Lyon duas vezes por semana", diz Andréa Leite, presidente da ONG SOS Amigo Bicho, que intermediou a doação do felino, autorizada pelo Ibama.
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