Assembléia não faz compensação
Em junho do ano passado, deputados estaduais anunciaram que a Assembléia Legislativa do Paraná seria o primeiro parlamento com carbono neutro do país. Mais de um ano depois, a medida, que previa economia de energia elétrica e plantio de árvores, não foi adotada. O autor da proposta, Luiz Eduardo Cheida, diz que a Mesa Diretora não calculou o gás gerado. O gerenciamento de resíduos sólidos também não foi implantado. A reportagem não conseguiu contato com o presidente da Casa, Nelson Justus.
Organizações não governamentais estão pedindo sugestões da sociedade para formularem juntos uma política nacional para tratar das mudanças climáticas. Através de um site, a população pode enviar sugestões, que serão transformadas em um documento. A proposta será enviada ao Congresso Nacional, onde já tramitam projetos relacionados ao tema. Além de norteador, o documento pode ser um objeto de pressão.
Segundo uma pesquisa realizada pelo Instituto de Estudos da Religião, com o apoio da Embaixada Britânica, os parlamentares são os que têm posições mais fracas em termos de consistência e engajamento. De acordo com o estudo, o Congresso admite que ainda não dá a devida importância à questão climática e os parlamentares alegam que "sem sociedade e governo, o parlamento pode fazer pouco".
O movimento para a formulação da política de mudanças climáticas, coordenado pelo Observatório do Clima, esteve ontem em Curitiba colhendo sugestões da população. Após ter passado por São Paulo, os próximos destinos são Rio de Janeiro e Brasília. Cerca de 50 curitibanos participaram do evento no Salão de Atos do Parque Barigüi. Para o diretor executivo da Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS), Clóvis Borges, a grande maioria do público era formado por pessoas da área técnica. "Acho que ainda é uma conversa setorizada", afirma.
A população, no entanto, é o principal causador das alterações no clima, segundo o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês). O IPCC aponta que nos últimos 50 anos o planeta sofreu um aquecimento de 0,60C, que pode levar a uma maior estiagem, tempestades mais violentas e à elevação do nível do mar até 2100.
Segundo um dos coordenadores do debate, Fábio Feldmann, o maior desafio é mostrar para a sociedade a importância do tema. Feldmann, que foi secretário estadual do meio ambiente de São Paulo, defende a adoção de um diagnóstico das emissões de gases de efeito estufa para saber quais estratégias adotar. "Não sabemos o impacto da mudança climática no Brasil e como a sociedade brasileira vai se adequar a isso", afirma. Ele acredita que em dez anos a decisão de compra da população será em função do impacto ambiental gerado por determinado produto.
O deputado estadual Luiz Eduardo Cheida (PMDB) afirma que no Paraná já estão sendo feitas ações para combater o aquecimento. Ele lembra que há três anos foi criado o Fórum Paranaense de Mudanças Climáticas Globais, que pede um diagnóstico da emissão de gases de efeito estufa. Segundo ele, o estado vem agindo na neutralização do clima através da recomposição vegetal e da proteção de nascentes.
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Serviço
Contribuições podem ser feitas pelo site do Observatório do Clima (www.oc.org.br).
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