
No Dia Internacional de Mobilização Contra as Barragens, ambientalistas, pesquisadores e representantes de organizações não governamentais do Paraná protestaram ontem, em Curitiba, contra a construção da Usina Hidrelétrica de Mauá, no Rio Tibagi. "Energia para quem?", questionaram, em encontro na Assembléia Legislativa, em que foi discutido o impacto que a usina causará à região dos Campos Gerais, uma das áreas de maior biodiversidade do estado.
"A construção da usina visa atender a um mercado internacional, põe em prejuízo nossa qualidade de vida, nossa natureza", diz Laura Jesus de Moura e Costa, do Centro de Defesa e Estudos Ambientais (Cedea). "Do ponto de vista energético do Paraná, é dispensável a construção da usina. Há uma oferta de energia que excede ao consumo. No entanto, o cenário da sociedade brasileira, vai demandar mais energia", acrescenta o pesquisador do Instituto, Hélvio Rech.
Projeto
Além de debater a real necessidade da construção da usina, foi projetado no encontro o impacto que ela provocaria. O projeto da Usina Hidrelétrica de Mauá, que deve gerar 362 megawatts de energia, 30 vezes menos o que é produzido em Itaipu, prevê que a área inundada será de 99,3 quilômetros quadrados, afetando a preservação de sítios arqueológicos com mais de 12 mil anos.
Em outubro, o consórcio formado pela Copel e Eletrosul adquiriu o direito de realizar a obra, cujo início estava previsto para agosto. O Ministério Público Federal interveio no processo, alegando ser fraudulento o Estudo de Impacto Ambiental (EIA). "Inúmeras questões estão irregulares. São 200 laudas de ação civil pública em relação aos problemas que foram encontrados", afirma o procurador de Londrina, João Akira Omoto. O Instituto Ambiental do Paraná (IAP) informa que solicitou que 70 adequações sejam feitas no estudo e que as empresas receberam apenas licença prévia, que contempla a fase de planejamento.



