Os ônibus de linha passaram a ser alvo mais freqüente de assaltantes nas rodovias paranaenses a partir da queda do fluxo de ônibus de sacoleiros na fronteira do Brasil com o Paraguai. Segundo as empresas de transporte, um maior número de compristas passou a usar as linhas interestaduais após o aumento das apreensões de ônibus clandestinos na região de Foz do Iguaçu. Em 2005, os fiscais da Receita Federal (RF) tiraram de circulação 590 ônibus usados para transportar contrabando.

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Desde novembro, época de intensificação do fluxo de sacoleiros na fronteira, foram registrados três assaltos a ônibus interestaduais na BR-277, entre Foz do Iguaçu e Cascavel em linhas do Rio de Janeiro, São Paulo e Santos. Em todos eles, a mesma forma de agir: alguns ladrões embarcam como passageiros na rodoviária de São Paulo e quando o ônibus aproxima-se da região de Cascavel ou de Matelândia, os assaltantes, auxiliados por comparsas que os esperam à beira da rodovia, dão voz de assalto.

Eles roubam dinheiro, celulares, jóias, cartões de crédito e às vezes, quando o alvo são apenas sacoleiros, os trancam no bagageiro do veículo e os obrigam a tirar a roupa. O mais recente assalto ocorreu na madrugada da segunda-feira em um ônibus da Pluma. Cerca de 25 passageiros foram assaltados próximo a Matelândia. O encarregado da Pluma em Foz do Iguaçu, Diogo Silva, cobra da polícia mais fiscalização e iniciativa para combater o crime. "Não se vê agilidade da polícia", diz.

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A polícia tem dificuldades para identificar os ladrões porque muitos deles fornecem nomes e documentos falsos às empresas no momento do embarque na rodoviária. A falta de fiscalização nas rodovias também facilita a ação dos bandidos.

O policial rodoviário estadual do Posto de Ubiratã, Claudinei Lazaretti, diz que o número de assaltos é maior do que aparece nos boletins de ocorrência porque as vítimas não costumam dar queixas à polícia. Segundo ele, alguns passageiros não querem gastar tempo em delegacias porque dificilmente conseguem recuperar os objetos roubados. Além da região de Cascavel e Foz, outros trechos visados pelos assaltantes estão entre Ubiratã e Campo Mourão, na BR-369.

No estado de São Paulo, houve uma redução do número de assaltos a ônibus de linha a partir da gratuidade de passes concedidos a policiais fardados. No Paraná, a PM só tem gratuidade nas passagens caso ganhe cortesia das empresas.