O custo com energia no ônibus 100% elétrico em Curitiba se mostrou 58% menor do que o verificado no modelo convencional equivalente que roda com óleo diesel. O veículo da montadora chinesa BYD deixou de circular na cidade em janeiro, após três meses de testes nas linhas Barreirinha e Mercês/Guanabara. Além de mais barato, o ônibus também foi mais atrativo para passageiros. A Urbs diz ter constatado que os usuários esperavam o modelo asiático, atraídos pelo wi-fi e pela possibilidade de carregar a bateria de celular.
Em média, a energia utilizada no ônibus chinês custou R$ 0,63 por quilômetro rodado. O lubrificante e o combustível no modelo padrão custa R$ 1,09 por quilômetro. Os dados são da própria Urbs. Nessa conta não estão custos com investimento na frota e infraestrutura.
Mais do que diminuir gastos, o veículo elétrico se confirmou como uma solução mais “limpa” para a cidade. Considerando 4.418 quilômetros rodados por mês, o modelo da BYD foi responsável pela produção de 1,35 toneladas de CO² equivalentes em Curitiba. No comum, esse índice é quatro vezes maior (5,69). Ele não elimina a emissão dos gases causadores do efeito estufa por completo por conta das emissões indiretas, como a da produção da energia em termoelétricas.
Ponto negativo ainda a ser avaliado é o impacto da operação do novo veículo no asfalto da cidade. Ele pesa 19.685 quilos -- duas toneladas a mais do que o modelo convencional. “Mas tudo precisa ser analisado com mais tempo. Também temos a questão do custo de manutenção desses veículos, uma vez que as peças ainda são importadas”, disse Roberto Gregório, presidente da Urbs.
Outro problema é a alta recente da eletricidade no país. A avaliação do veículo da BYD foi feita antes disso. Gregório defende, por exemplo, a desoneração do ICMS na energia elétrica utilizada no transporte público. Isso ocorre com o óleo diesel no Paraná. “Mas a expectativa é de que a eletromobilidade se torne uma solução competitiva no futuro”, afirmou.
Tecnologia
As baterias do ônibus da BYD que circulou em Curitiba são de fosfato de ferro e ficam no teto e sobre as caixas de roda. São recarregadas de quatro a cinco horas, via sistema bidirecional AC, de 380 volts e 80kW de potência. Esse tipo de ônibus é produzido em duas fábricas na China e uma nos Estados Unidos.
Vantagens
Além de ser mais silencioso e menos poluente, o ônibus elétrico que circulou em Curitiba tinha tomadas para carregar celulares e sistema wi-fi. No período de testes, a Urbs disse ter notado que passageiros aguardavam a chegada dos veículos chineses. A empresa acredita que a conectividade pode também ter servido como atrativo.
O ônibus testado em Curitiba tem capacidade para transportar cerca de 80 passageiros, sendo 58 de pé e suas baterias têm autonomia de 250 quilômetros. A BYD atua no Brasil desde 2012, mas os ônibus ainda são fabricados no exterior. Por conta disso, o custo dele é semelhante ao de um articulado. O modelo de negócios adotado pela BYD para introdução dos ônibus elétricos no mercado nacional será vendê-los pelo mesmo preço do similar a diesel, com o contrato de leasing da bateria a ser pago pela economia do combustível.
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