O transporte público de Curitiba pode parar na quarta-feira (26), afirmou nesta segunda (24) o Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc). Segundo a entidade, desde que declarou o indicativo de greve, na semana passada, nenhuma nova contraproposta foi apresentada pelas empresas que operam os ônibus na capital e, por isso, as chances de que os funcionários paralisem os serviços é grande.
A possibilidade de greve foi anunciada na quarta-feira passada (19) depois que, conforme o Sindimoc, o Sindicato das Empresas de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp) rejeitou todos os 78 itens da pauta de reivindicação da categoria, que inclui reajuste salarial e aumento do valor do vale-alimentação.
"Não existe proposta. A partir do momento que estamos tentando negociar e não se tem um retorno, o que resta para a categoria? É a greve", afirmou o presidente do Sindimoc, Anderson Teixeira. Ele disse também que, apesar da grande possibilidade de parar os serviços, os protestos podem ocorrer por meio de outros tipos de mobilizações, se assim for decidido pelos trabalhadores.
A assembleia que vai deliberar sobre a paralisação está marcada para esta terça-feira (25), às 20 horas, na Praça Rui Barbosa, no Centro de Curitiba. Apesar de haver diversas linhas de ônibus operando no horário, o sindicato afirmou que, oficialmente, os motoristas em horário de trabalho não foram orientados a deixar seus postos de trabalho para participar da reunião e, por isso, a previsão é de que não haja impacto no transporte no período.
Outro lado
Procurado por meio de sua assessoria de imprensa, o Sindicato das Empresas de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana confirmou que não houve novas propostas apresentadas à categoria e que mantém o posicionamento divulgado na semana passada, de que entende a legitimidade das reivindicações feitas pelos trabalhadores, mas que não tem condições para atender a todos itens que constam na pauta.
"Em função das dificuldades das empresas já há muito apontadas em estudos realizados por doutores em economia da Universidade de São Paulo (USP) e pela empresa de consultoria, com renome internacional, a KPMG, levadas ao conhecimento do poder concedente e expressas inclusive judicialmente,pelo não cumprimento do contrato, sustentam que as reivindicações dos trabalhadores encontram sérios obstáculos para serem atendidas, devido ao grande número de itens e pelos altos valores reivindicados. Além disso, as disposições contratuais estabelecem limites a expansão das despesas com pessoal", diz a nota.