Os ônibus voltaram a circular pelas comunidades carentes do Morro da Cruz, no centro de Florianópolis, às 7h desta sexta-feira, depois que a Polícia Militar passou a fazer escoltas "discretas" com carros populares alugados pela prefeitura.

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O transporte coletivo parou de atender a área na quarta-feira (6), um dia após um ônibus ter sido queimado no complexo, onde moram cerca de 30 mil pessoas. Segundo as viações, 4.000 pessoas usam diariamente o transporte coletivo na região.

A prefeitura alugou 15 carros na quinta-feira e os colocou à disposição da PM por entender que a comunidade não poderia ser prejudicada. "A suspensão das linhas foi o fato mais triste até agora na cidade", disse o prefeito Cesar Souza Junior.

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Outros cinco carros todos do modelo Celta devem ser alugados pela administração municipal. Segundo a prefeitura, a diária de cada um deles custa R$ 120, e o aluguel foi feito com dispensa de licitação por se tratar de uma emergência.

Os carros vieram com sirenes removíveis, mas a PM decidiu não usá-los por enquanto para "confundir os marginais"."Sem esse acessório, nós multiplicamos nossa área de atuação. O marginal vai entender que qualquer carro perto do ônibus pode ser uma escolta", disse o major Alessandro Marques, do departamento de comunicação da PM.

Os policiais não estão usando farda dentro dos carros alugados pela prefeitura.Em toda a cidade, os ônibus rodam com escolta a partir das 20h e param de circular às 23h por causa dos ataques.

A PM informou que tem efetivo mas não podia utilizar carros da polícia para as rondas no Morro da Cruz porque os veículos estão sendo usados em barreiras e outras iniciativas para conter a onda de atentados.

A série de ataques chegou hoje ao décimo dia com 80 ocorrências em 25 cidades do Estado. Em 2012, segundo a PM, foram 68 atentados, em 17 cidades, durante sete dias.

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Das 18h de quinta-feira às 10h desta sexta, foram registradas seis ocorrências em seis cidades - Navegantes, Chapecó, Tubarão e São Bento do Sul (onde foram queimados veículos), São José (ônibus queimado) e Palhoça (comércio atacado).

O ataque em Palhoça, na Grande Florianópolis, queimou uma pequena mercearia no bairro Aririu, na área carente da cidade. Segundo o boletim de ocorrência, o fogo foi iniciado por um homem que chegou ao local de moto.