O movimento de motoristas e cobradores que paralisou Curitiba por 37 horas foi encerrado ontem com um acordo que viabilizou um reajuste salarial de 10,5%. A proposta foi aprovada por cerca de 3 mil trabalhadores em assembleia realizada na Praça Rui Barbosa por volta das 15 horas. Meia hora depois, alguns ônibus começaram a deixar as garagens das empresas.
Segundo o Sindicato das Empresas de Transporte Urbano e Metropolitano de Passageiros de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp), os ônibus começaram a ser liberados ainda durante a tarde de ontem. A preferência foi dada para ônibus que operam nas canaletas expressas e linhas troncais (os veículos amarelos), que ligam os terminais de integração ao Centro da cidade. Na sequência entraram em circulação os interbairros, que ligam bairros e terminais sem passar pelo Centro, e alimentadores, que ligam terminais de integração aos bairros daquela região.
Assim que os primeiros ônibus começaram a circular, o serviço de transporte particular, por meio de vans ou carros, foi suspenso, já que os veículos automaticamente perderam o credenciamento feito pela Urbs. Inicialmente, como não havia cobradores em algumas estações-tubo, as catracas foram liberadas e os passageiros puderam pegar o coletivo de graça.
Por volta das 19h30, cerca de 500 veículos estavam em circulação, o que corresponde a 25% da frota, de acordo com a Urbanização de Curitiba (Urbs). A previsão é de que hoje cedo a frota volte a operar com 100% de sua capacidade e respeitando as tabelas de horários. Cerca de 2,3 milhões de pessoas foram afetadas pela greve.
Longa espera
Assim como na terça-feira, o dia de ontem começou com terminais vazios e ruas congestionadas. Especialmente pela manhã, o movimento era bastante alto em diversas regiões da cidade e, apesar da lentidão, não houve trechos onde o tráfego não fluiu. Para melhorar a fluidez, as obras no anel viário e em ruas importantes da capital foram suspensas até o fim da greve.
Nos pontos de ônibus, muitos passageiros se perguntavam o motivo de a decisão judicial que obrigava que 70% da frota circulasse de manhã não ter sido cumprida. "Achei que com a multa imposta pela Justiça os ônibus iriam circular. Eu vim de carona e agora não tenho como voltar, o único jeito é encarar os sete quilômetros caminhando", disse o servidor municipal Alberto Amaral de Oliveira.