O relator da Organização das Nações Unidas (ONU) para Execuções Extrajudiciais, Philip Alston, elogiou em seu último relatório os esforços do governo federal e dos governos de Rio de Janeiro e São Paulo no combate às milícias e aos esquadrões da morte. No entanto, ele atestou que as execuções extrajudiciais no país continuam generalizadas e que o número de criminosos mortos em confronto com as forças policiais permanece em um número inaceitável.
A implantação da Unidade de Polícia Pacificadora em algumas favelas cariocas foi considerada por Alston como uma estratégia pra ser "amplamente louvada", pois impediu que as quadrilhas de traficantes voltassem a dominar os morros e terminou com os cenários de tiroteios resultantes das incursões rápidas da polícia nas favelas. Além disso, Alston ressaltou que a relação entre os moradores e a polícia melhorou, assim como o fornecimento de serviços básicos.
Alston ressaltou, porém, que a terminologia de invasão e ocupação das favelas ainda criminaliza estas comunidades. O relator considerou que a proibição de festas populares e bailes funk é parte de um "duro controle" da polícia sobre a vida diária dos moradores.