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 | Foto: Corpo de Bombeiros/ MG/Fotos Públicas
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O relator da Organização das Nações Unidas (ONU) para o Direito à Água e ao Saneamento Básico, o brasileiro Léo Heller, criticou o governo por não estar garantindo acesso à água às vítimas do desastre ambiental em Mariana, em Minas Gerais, e alerta que análises do Rio Doce revelaram “níveis de elementos tóxicos que superam os níveis aceitáveis”.

Mais de um mês após o evento, centenas de milhares de pessoas dos Estados de Minas Gerais e do Espírito Santo ainda sofrem com interrupções no abastecimento de água”, alertou o relator .

Essa é a terceira vez em duas semanas que a ONU emite um comunicado sobre o desastre no Brasil. Nesta segunda-feira (7), a entidade indicou que fará uma inspeção em Mariana, enquanto outro comunicado apontou que o caso não poderia ser visto como um acidente, mas, sim, um crime.

Agora, a preocupação é com a água. “Compreensivelmente, as pessoas estão preocupadas com a qualidade da água distribuída pelos sistemas de abastecimento que já foram restabelecidos. Também estão frustradas por receberem informações inconsistentes e inadequadas sobre a segurança da água, por parte das diferentes autoridades”, disse Heller.

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Segundo a ONU, algumas análises da água e dos sedimentos do Rio Doce revelaram “níveis de elementos tóxicos que superam os níveis aceitáveis”.

“O governo deve fortalecer o monitoramento da água bruta e tratada, aperfeiçoar o tratamento de água e divulgar informação clara à população para proteger assim seus direitos humanos à água segura e ao esgotamento sanitário”, pediu Heller.

O brasileiro admite que, “como medida de emergência”, as autoridades públicas vêm distribuindo água em alguns pontos, e as companhias minerárias têm levado água engarrafada às áreas afetadas. “No entanto, várias pessoas continuam expressando sua insatisfação com a distribuição de água, julgada insuficiente e desorganizada”, declarou Heller.

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Segundo ele, relatos apontam que as pessoas têm necessitado fazer filas durante horas para conseguir pequenas quantidades de água. Esse volume seria “insuficientes para manter práticas adequadas de esgotamento sanitário e de higiene”.

“O descontentamento geral vem se aumentando devido à má gestão dessa crise no abastecimento de água, que já gerou algumas situações violentas e pode levar a mais agitação ainda”, alertou o relator da ONU.

Para ele, o atendimento à população é uma obrigação do Estado. “Relembro ao governo brasileiro que a lei internacional dos direitos humanos estabelece que o Estado tem a obrigação de intervir em situações como esta, proporcionando acesso à água segura e suficiente, bem como a alternativas para o esgotamento sanitário”, completou Heller.

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