O subsecretário-geral para Comunicação e Informação Pública das Nações Unidas (ONU), Kiyo Akasaka, disse nesta segunda-feira (28) no Rio que vê com pessimismo a possibilidade de um acordo abrangente entre países na Conferência de Durban, na África do Sul, iniciada nesta segunda-feira. Segundo ele, líderes governamentais de países desenvolvidos "não estão levando a sério" compromissos firmados em convenções sobre o clima.
"Muitas dúvidas e pessimismo prevalecem. Talvez haja alguns acordos aqui e ali, mas não um acordo abrangente. Muitos países ainda não implementaram os compromissos assumidos no Protocolo de Kyoto. A perspectiva de um acordo efetivo é vaga, senão impossível", disse.
Akasaka avaliou que falta pressão da sociedade civil, de empresários e do meio acadêmico para que haja uma mudança. "Estamos pressionando os governos."
O embaixador Tovar da Silva Nunes, porta-voz do Itamaraty, disse em discurso que a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), que será realizada em junho de 2012, deverá ser o momento político mais importante do governo Dilma Rousseff. Depois, em entrevista, avaliou que um diplomata não pode ser pessimista. "O esforço é fazer com que exista alguma saída. O que nos preocupa é voltar atrás em obrigações já assumidas", declarou. "Se conseguirmos emplacar o conceito de desenvolvimento sustentável como guia de planejamento, já será um grande êxito. (A Rio+20) Não será uma reunião de negociação de obrigações, deveres e direitos. Isso está ocorrendo agora em Durban", acrescentou Nunes.
Ele e Akasaka participaram do lançamento da campanha para a Rio +20 "O Futuro que Queremos", no Palácio do Itamaraty. O objetivo da ONU é mobilizar a sociedade civil a engajar-se nas discussões sobre o desenvolvimento sustentável e o combate ao aquecimento global.
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