Atualizado em 19/05/2006 às 19h44
Onze policiais civis, inclusive dois delegados, foram presos pela Corregedoria da Polícia Civil do Paraná acusados de concussão, formação de quadrilha, exploração sexual de crianças, estupro, atentado violento ao pudor e corrupção de menores. Os nomes dos agentes foram mantidos em sigilo para preservar as crianças e famílias envolvidas no escândalo.
Em entrevista coletiva na tarde desta sexta-feira, na sala de imprensa do Palácio Iguaçu, o secretário de Segurança Pública do Paraná, Luiz Fernando Delazari, explicou como a quadrilha agia. "Eles agiam num sistema de primeiro contato com crianças em escolas oferecendo dinheiro em troca de fotos e encontros. Através de um site na internet, uma agenciadora que ainda está foragida marcava encontros com os clientes interessados". Quando os encontros aconteciam, os policiais voltavam ao "esquema". "Quando as crianças estavam com os clientes num quarto de hotel ou na casa dessa agenciadora, os policias invadiam o local, muitas vezes com câmeras de vídeo e fotográficas. Alguns eram levados até para delegacias, mas a maioria era intimada a pagar propina para que seus nomes não fossem envolvidos numa investigação de pedofilia", afirmou Delazari. Os valores variavam de R$ 5 mil a R$ 30 mil, que normalmente eram pagos.
De acordo com o secretário da Sesp, estão envolvidos dois delegados, nove investigadores, um escrivão e um funcionário administrativo. Os policiais seriam do 4.º, no bairro São Lourenço; 7.º, no Vila Hauer e 12.º, em Santa Felicidade. Distritos Policiais, de acordo com Delazari. Onze já foram detidos e outros três vão se apresentar nos próximos dias. A agenciadora, identificada apenas como Luciana, está foragida.
Todos os envolvidos serão submetidos a processos administrativos e criminais. "Esse foi um trabalho exclusivo da Corregedoria da Policia Civil. Agora eles serão submetidos a um processo penal e vão continuar presos. Nossa esperança é que seja uma pena dura, já que são crimes odiosos. Também serão processados pela Corregedoria e não veja outro caminho a não ser a rua", concluiu Delazari.
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