Onze presos fugiram ontem do 5º Distrito Policial da cidade de Londrina, Norte do estado. Eles quebraram uma pilastra, serraram as ferragens, chegaram ao pátio de sol e escalaram o muro que dá acesso à rua utilizando uma corda feita de roupas. A fuga aconteceu às 4h30 de domingo (22), quando apenas um policial civil e um militar faziam a segurança do distrito. Até o final da tarde de domingo, somente dois fugitivos haviam sido recapturados.
Segundo o agente de carceragem que estava de plantão no 5º DP, Milton Menezes, o alarme não soou e, quando os policiais perceberam a movimentação dos presos, dez já haviam escapado. "O [Pelotão de] Choque foi chamado, mas não veio", contou ele.
O Centro de Operações da Polícia Militar (Copom) informou que o horário de trabalho do Pelotão de Choque é das 15 horas à 1 hora de domingo à sexta-feira e, no sábado, até às 3 horas. Como a fuga aconteceu às 4h30, não havia policiais disponíveis para atender a ocorrência.
Conforme o delegado interino do 5º DP, Manoel Angelo Pelison, a última revista foi realizada na tarde de sexta-feira (20) e nenhum problema foi observado. "Com mais de cem presos num espaço, sem nada para fazer, se cada um tirar uma pedrinha, logo se abre um buraco. Isso é rápido", disse.
O superintendente da 10ª Subdivisão da Polícia Civil em Londrina, Edson José Sanches Antunes, informou que além dos policiais de plantão, duas equipes da Polícia Militar e uma da Polícia Civil foram até o 5º DP para reforçar a segurança, fazer a revista e a contagem dos presos. No procedimento, foram encontrados uma broca, uma serra e um objeto chamado de "matraca", que consiste em uma cruz feita com dois pedaços de madeira na qual os presos encaixam a broca. "Eles [presos] foram descascando uma coluna de concreto e depois serraram o ferro da estrutura. Eles vão fazendo isso aos poucos e o buraco é escondido com sabão. Não fica aparente."
Ainda na manhã de domingo, um serralheiro foi chamado à unidade para fazer um reparo provisório na pilastra danificada pelos detentos.
Com 24 vagas, antes da fuga havia 101 detentos no distrito. Por causa da superlotação, as celas ficam abertas e os presos circulam livremente pela ala da carceragem. No início deste mês, os detentos do 5º DP realizaram um motim que durou quase 20 horas. Desde então, as visitas de familiares estão proibidas.
Para prevenir novas fugas nos outros distritos, também superlotados, duas equipes da Polícia Militar e uma da Polícia Civil realizaram uma revista ontem de manhã no 4º DP e, no início da tarde, no 2º DP.