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Temida e responsabilizada por causar diversos prejuízos a saúde, a gordura trans é a última grande vilã dos produtos industrializados. Mas existem processos alternativos de hidrogenação do óleo vegetal sem que seja alterada a estrutura da molécula, como acontece na gordura trans. Uma dessas alternativas é a chamada gordura zero trans, desenvolvida há mais de uma década mas que até então era utilizada apenas por grandes indústrias alimentícias.

Extraído da palma, um fruto originário da Amazônia, essa nova gordura é rica em vitamina E (favorece o HDL – o colesterol bom), totalmente produzida por processos físicos, como prensagem mecânica, sem solventes ou substâncias químicas. A gordura zero trans é a evolução da indústria alimentícia. A engenheira de alimentos Glaucia Cazella explica que há trinta anos as gorduras animais, como a manteiga e banha, eram muito utilizadas na elaboração de alimentos. Foram substituídas pela gordura vegetal hidrogenada (trans) depois de comprovado que as de origem animal provocaram alterações nos índices de colesterol. Mas o uso do hidrogênio no óleo vegetal para obter a consistência pastosa exigida pela indústria também interferiu no aumento do colesterol ruim e na queda do colesterol bom. "A vantagem da gordura zero trans é que ela não precisa passar por essa alteração química para ficar com a mesma consistência da gordura animal, seu estado natural já é pastoso," afirma a nutricionista Lígia Carlan.

A Confeitaria Requinte, em Curitiba, já adotou a gordura zero trans na produção de pães. De acordo com a proprietária, Regina Cazella, foram feitos diversos estudos para a adaptação das receitas e o resultado foi safistatório. "Mesmo que nem todos os clientes saibam muito sobre a gordura zero trans, eles sabem as consequências da trans para o organismo. E acabam optando por um produto mais saudável", afirma. A bioquímica Marilene Preto é frequentadora da confeitaria e aprovou a novidade. "Não senti diferença nenhuma no sabor, aroma ou na consistência.", diz.

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