Ferrugem, inadequação do sistema de segurança e problemas na rede elétrica vão deixar o público de fora da Ópera de Arame por pelo menos 90 dias. O local, um dos principais pontos turísticos de Curitiba, foi interditado ontem pela Comissão de Segurança em Edificações e Imóveis (Cosedi) da prefeitura e deve ser reformado em caráter emergencial sem licitação para que, em março do ano que vem, sirva de palco da abertura de dois eventos da Organização das Nações Unidas (ONU) que atrairão representantes de 196 países para a capital paranaense. A Fundação Cultural de Curitiba (FCC) estima que em 10 dias inicie a movimentação de operários no local. Para o público, o acesso foi restringido à passarela da ópera.
Desde novembro do ano passado, uma vistoria feita pela Cosedi, Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Crea) do Paraná e Corpo de Bombeiros apontou a necessidade de reformas e adequação do espaço, para que fosse garantida a segurança do público. Em eventos, a capacidade do local, que é de 1.648 espectadores, vinha sendo limitada a 996 pessoas pelo Corpo de Bombeiros.
A constatação da necessidade urgente de reformas foi confirmada em março por um relatório da Secretaria Municipal de Obras. "A interdição só aconteceu agora porque estávamos aguardando a conclusão de um laudo técnico", informa o presidente da FCC, Paulino Viapiana. Como o fechamento já era algo esperado, nenhum evento teve de ser cancelado, mas a prefeitura deixou de arrecadar cerca de R$ 500 mil com o aluguel do espaço este ano.
Obras
Na reforma, os pilares metálicos de sustentação que estão comprometidos pela corrosão serão trocados. De acordo com o secretário municipal de Obras Públicas, Nelson Leal Júnior, o laudo técnico detectou corrosão generalizada nas bases das colunas principais. "As obras vão recompor e trocar os materiais para garantir a estabilidade global do local", explica. Arcos, vigas e colunas internas e externas também serão substituídos ou recuperados.
As escadas de incêndio, hoje de 90 centímetros, serão alargadas para 1,2 metro e novas portas de emergência serão abertas, acatando exigência do Corpo de Bombeiros. Nos camarotes, que estavam desativados, serão colocadas novas barras de proteção. Ainda será construída uma cisterna para abastecer os hidrantes do teatro. Apesar da Ópera de Arame ter sido inaugurada em 1992, somente no ano passado foi apresentado um projeto de prevenção de incêndio para o local.
De acordo com o presidente da FCC, o orçamento inicial prevê gastos de R$ 2,8 milhões com a reforma. O processo será feito sem licitação, devido ao pedido de caráter de emergência. "No processo normal demoraria pelo menos seis meses para liberar a verba e concluir a reforma, temos apenas quatro meses", diz Viapiana. A pressa em ver o local reaberto se deve aos planos de usar o local como uma das sedes Conferência sobre Diversidade Biológica e o Encontro sobre Biossegurança, eventos da Organização das Nações Unidas (ONU), que serão realizados em março do ano que vem em Curitiba.
Regina Palazi, dona de uma loja em frente à ópera, teme prejuízos com uma possível queda na movimentação de turistas. "A gente fica feliz com a iniciativa da reforma, mas espera que as pessoas não deixem de vir.", avalia.
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