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Uma operação internacional de combate ao crime de abuso e exploração de crianças e adolescentes da Polícia Federal (PF) prendeu 25 pessoas, sendo 24 em flagrante, em 11 estados do país, entre eles o Paraná, na manhã desta terça-feira (19). Sete dos suspeitos presos são de cidades paranaenses e foram flagrados em posse de material pornográfico com crianças e adolescentes. Quatro dos presos estavam em Curitiba.

Além dos sete do Paraná, foram presos três suspeitos no Rio Grande do Sul, um no Rio de Janeiro, um no Ceará, um na Bahia, um em Minas Gerais e 11 em São Paulo (sendo uma dessas prisões cumprida na modalidade preventiva). Está prevista também a prisão de um brasileiro suspeito que mora nos Estados Unidos e um segundo sujeito também brasileiro e residente naquele país é investigado.

Para a operação foram expedidos 86 mandados de busca e apreensão e 30 de condução coercitiva na ação batizada como Operação Glasnost (que significa transparência em russo, segundo a PF). O termo foi utilizado para nomear a ação porque a maioria dos suspeitos teria cometido crimes por meio de um site de compartilhamento de fotos hospedado na Rússia.

Os investigados estariam envolvidos com a produção e o compartilhamento de imagens na internet relacionadas à exploração sexual de crianças e adolescentes. Segundo o delegado da PF Flavio Setti as vítimas nas imagens tinham de 6 meses a 16 anos de idade e eram de ambos os sexos. Entre os alvos estão um um Policial Militar, um oficial da Aeronáutica, diversos professores e também um chefe de grupo de escoteiros.

A investigação durou 24 meses e nos casos em que foram identificados abusadores, foram tomadas providências para que os abusos fossem interrompidos. Mais de duzentos suspeitos continuam sob investigação da Polícia Federal após o cumprimento dos mandados desta terça-feira, que conta com a participação de cerca de 400 policiais.

O delegado disse que havia uma troca de imagens e isso gerava um círculo vicioso de abuso para obter novos materiais pornográficos. "Além de eles incentivarem a prática absurda da pedofilia pelo compartilhamento de imagens, acabam também produzindo imagens para usar como moeda de troca e conseguir novos materiais."

Segundo Setti só a posse de imagens com pornografia infantil já é crime pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), com pena prevista de um a quatro anos de reclusão. Se há o compartilhamento dessas imagens a pena aumenta para de três a seis anos e se há comprovação do abuso sexual a punição é maior ainda.

Integram a lista de onde ocorreu a operação Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro, Alagoas, Ceará, Maranhão, Minas Gerais, Bahia e Goiás. No Paraná foram cumpridos mandados nas cidades de Fazenda Rio Grande, Curitiba, Almirante Tamandaré, Mandirituba, Paranavaí, Campo Mourão, Maringá, Londrina, Santo Antônio da Platina e Apucarana.

Coleta de material genético

Outra medida tomada no caso é a coleta de material genético de suspeitos. A intenção é colocar amostras de DNA dos possíveis criminosos em bases de dados que permitam cruzar as informações com as investigações de casos de abuso e exploração de crianças e adolescentes.

Conforme a PF, mandados de busca e apreensão também devem ser cumpridos nos Estados Unidos, em residências de brasileiros no país. O FBI (o equivalente à PF no Brasil) deve prestar auxílio aos policiais do Brasil.

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