Rio A megaoperação no Complexo do Alemão (zona norte do Rio) realizada ontem deixou até o início da noite ao menos 13 mortos, de acordo com o secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame. O detalhamento sobre as circunstâncias das mortes, a identificação das vítimas e também o número de feridos não foram divulgados pela secretaria.
A operação envolve 1.200 policiais militares e civis do estado e 150 da Força Nacional de Segurança (FNS). A justificativa para a operação foi o cumprimento de mandados de prisão na região, além da apreensão de drogas e armas.
O grande contingente de policiais foi necessário, segundo o secretário, por causa da extensa área do Complexo do Alemão.
Pela manhã, Beltrame se limitou a dizer que a megaoperação ocorria porque "o objetivo é a criminalidade".
"É uma ação da polícia. A polícia tem algumas informações e vai correr atrás", afirmou em reunião da Comissão de Segurança Pública e Assuntos de Polícia, na Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro.
Beltrame definiu como bem-sucedida a megaoperação. Pelo menos um policial foi ferido. Ele tinha como informação de bala perdida apenas dois casos até o momento da entrevista coletiva que concedeu no fim da tarde de ontem. O secretário informou que foram apreendidas nas localidades conhecidas como Areal, Chuveirinho e Matinha drogas, munição e armas. Entre elas, quatro metralhadoras ponto 30, de grande poder de fogo. "Tínhamos informações de inteligência há muito tempo, mas não podíamos fazer operações atabalhoadas no local para não colocar em risco os moradores", afirmou Beltrame, revelando que a ação foi planejada há mais de um mês. O secretário informou que o cerco aos acessos do Complexo do Alemão com o objetivo de asfixiar o tráfico continuará sem prazo determinado, com o apoio da Força Nacional de Segurança.
Nos próximos dias mais 2 mil homens da FNS chegam ao Rio para reforçar a segurança para os Jogos Pan-Americanos. O grupo irá se juntar aos outros cerca de 2 mil homens da tropa que estão no estado. O Pan começa dia 13 de julho.
O complexo do Alemão está ocupado pela polícia desde o dia 2 de maio. Na ocasião, a ação tinha como objetivo capturar os responsáveis pela morte dos soldados Marco Antônio Ribeiro Vieira e Marcos André Lopes da Silva, assassinados com mais de 30 tiros no dia 1.º de maio.
Desde o início dos trabalhos, os tiroteios são freqüentes e já morreram 25 pessoas. A violência na região também deixou cerca de 5 mil crianças sem aula.