Uma operação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), na manhã desta segunda-feira (18), desarticulou uma quadrilha com mais de 50 pessoas em Guarapuava, região centro-sul do estado. Cerca de 15 milhões em bens e dinheiro foram apreendidos, resultado de trÊs anos de investigações.
Conforme o Gaeco, das dez denúncias apresentadas ao Poder Judiciário, cinco já foram recebidas. Entre os crimes praticados pela organização criminosa estão: falsidade ideológica, lavagem de dinheiro, estelionato, formação de quadrilha e fraude contra o sistema financeiro.
O trabalho do Gaeco passou por algumas fases até chegar na operação desta segunda-feira. A primeira foi fazer um levantamento geral de todos os envolvidos na organização e de quais empresas eram administradas por eles. Só depois do rastreamento é que a operação foi segmentada e, grupo e empresas passaram a ser investigados separadamente.
O trabalho com a quebra de sigilo telefônico e bancário levou a polícia a descobrir as contas para onde o dinheiro levantando era enviado, quais bens foram adquiridos com o dinheiro dos crimes e de que forma a quadrilha atuava. Entre algumas das práticas estava transações entre empresas do mesmo grupo. "A quadrilha constituía empresas ideologicamente falsas, com laranjas nos quadros societários, e maquiava a verdadeira propriedade das empresas para aplicar golpes (contra o Fisco, credores e bancos)", afirma o Gaeco.
Mesmo com um ramo de atuação variado, o mais usado pelo grupo era o de combustíveis como transporte, refinarias e adulteração de combustíveis.
Ao todo, foram cumpridos 59 mandados de sequestro e arresto de bens, imóveis, móveis, carros, caminhões e contas bancárias. O total apreendido chega a casa dos R$ 15 milhões. As propriedades resgatadas se concentram principalmente na região de Guarapuava e de cidades como Assis Chateaubriand, Bandeirantes, Campo Mourão e Medianeira.
Segundo o Gaeco as investigações contra a organização criminosa continua e outras empresas estão sob suspeita. "A operação de hoje visa assegurar que o dinheiro já rastreado não se dissolvesse, mas os trabalhos continuam", garante o Gaeco.