O juiz federal Marcos Josegrei da Silva, responsável pela Operação Hashtag, converteu em réu oito acusados denunciados na semana passada pelo Ministério Público Federal (MPF) por crimes como promoção de organização terrorista, associação criminosa e corrupção de menores.
Os réus foram presos há quase dois meses depois que investigações policias apontaram um suposto planejamento de ataques terroristas durante os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. Alisson Luan de Oliveira, Leonid El Kadre de Melo, Oziris Moris Lundi dos Santos Azevedo, Israel Pedra Mesquita, Levi Ribeiro Fernandes de Jesus, Hortêncio Yoshitake, Luís Gustavo de Oliveira e Fernando Pinheiro Cabral estão atualmente encarcerados na Penitenciária Federal de Campo Grande (MS).
Em seu despacho, o juiz afirmou que “todos os denunciados se dedicavam a promover a organização terrorista denominada Estado Islâmico do Iraque e do Levante”. De acordo com o documento, “a promoção se daria por intermédio de publicações em perfis das redes sociais Facebook, Twitter e Instagram, de diálogos em grupos fechados do Facebook acompanhados de compartilhamento de material extremista”, além de “conversas privadas via Facebook, trocas de e-mails e conversas por meio do aplicativo Telegram”.
O juiz entendeu que o teor das conversas e postagens configuravam provas suficientes para que os oito presos fossem enquadrados na lei antiterrorismo. Segundo o juiz, o material variava “entre a exaltação e celebração de atos terroristas já realizados em todo mundo, passando pela postagem de vídeos e fotos de execuções públicas de pessoas pelo Estado Islâmico, chegando a orientações de como realizar o juramento ao líder do grupo (‘bayat’), e atingindo a discussão sobre possíveis alvos de ataques que eles poderiam realizar no Brasil (estrangeiros durante os Jogos Olímpicos, homossexuais, muçulmanos xiitas e judeus), com a orientação sobre a fabricação de bombas caseiras, a utilização de armas brancas e aquisição de armas de fogo para conseguir esse objetivo”.
Pelo crime de organização terrorista, se condenados, os réus podem pegar entre cinco e oito anos de prisão, mais pagamento de multas. A pena para associação criminosa varia entre três e oito anos de reclusão e também inclui multa. E a corrupção de menores pode levar a uma condenação entre um e quatro anos de cadeia.
A reportagem do Globo não conseguiu localizar os advogados dos réus.
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