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O comandante-geral da Guarda Civil Metropolitana (GCM), o inspetor Gilson Menezes, afirmou na manhã desta quinta-feira (30), que a operação na Cracolândia, na região central de São Paulo, foi “muito bem-sucedida”. A ação desta quarta-feira (29) para retirada da “favelinha” na Alameda Cleveland, terminou com dois moradores de rua feridos e conflito entre usuários de droga e agentes de segurança.

“A ação de ontem (quarta-feira) foi de reorganização do espaço público e foi muito bem-sucedida, porque, afinal de contas, visava à retirada das barracas que eram usadas como esconderijos de drogas”, afirmou o inspetor Gilson Menezes, em entrevista à reportagem. “Estamos agora tentando evitar a permanência na via porque atrapalha o leito carroçável.”

“Ontem não deu para trabalhar”, afirmou um comerciante que tem uma loja de televisões usadas na Alameda Dino Bueno. A operação de desmonte das barracas e limpeza da área começou de manhã e deveria ocorrer sem confrontos, mas acabou marcada por dois momentos violentos.

Para tentar impedir que novas barracas sejam armadas na região, a GCM dobrou o efetivo permanente na Cracolândia, que deve passar a contar com 250 homens diariamente.

Na manhã seguinte à confusão, dezenas de guardas civis estavam a postos nas ruas que circundam o “fluxo”, como é chamado o ponto de venda e consumo de drogas, onde os moradores ficam concentrados.

Sem barracas nas ruas, usuários de droga passaram a se reunir na Alameda Dino Bueno, entre a Rua Helvétia e a Alameda Glete. No “fluxo”, ainda era possível ver carrinhos de supermercado, usados pelos moradores e que também são vistos com maus olhos pelo policiamento.

Na quarta-feira, foram retirados 21 caminhões carregados de barracas, carrinhos, pedaços de madeira e entulhos. Nesta quinta-feira, outros dois caminhões foram retirados.

Prefeitura

O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, também afirmou nesta quinta-feira (30) que a ação foi um sucesso e atingiu os objetivos esperados pela prefeitura.

“Não podemos negar que houve um incidente policial que acabou provocando certo tumulto, mas a operação em si foi um sucesso e estava de acordo com o planejado.”

Haddad revelou que havia negociado com os usuários de crack, há pelo menos três semanas, a remoção das barracas da região. Por isso, ele não havia solicitado apoio da Polícia Militar para a operação.

“Alexandre [secretario da Segurança Pública de Sao Paulo] foi avisado por mim da operação. Falei com ele que não precisaria de apoio da PM porque havia firmado um compromisso. Mas, quando o acordo foi rompido, eu liguei de Heliópolis para ele e disse que poderia haver um incidente”, disse o prefeito.

Por volta das 14h, PMs à paisana se infiltraram entre os dependentes de crack e foram descobertos por um grupo, que se aproximou e tentou agredi-los. Cercado, um dos policiais sacou a arma e fez disparos.

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