O protesto de policiais federais pelos aeroportos do país, que realizam hoje operações padrão que causam transtornos à operação, já chega a 11 estados e ao Distrito Federal. Em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília os atos devem começar a partir das 16 horas. A operação é um protesto organizado pelos sindicatos da categoria de cada estado, em greve desde o último dia 7. Segundo a Fenapef (Federação Nacional dos Policiais Federais), os profissionais estão sem aumento desde 2005, e o salário inicial, de R$ 7.200 está defasado.
Os grevistas reivindicam um aumento, em cinco anos, chegando até R$ 13 mil, equiparando com outras carreiras, como de auditores da Receita ou agentes da Abin (Agência Brasileira de Inteligência).
A operação padrão consiste em uma vistoria detalhada da bagagem e dos documentos dos passageiros, que geralmente é feita por amostragem e nesta quinta-feira (16) está sendo realizada em quase todos - provocando filas e atrasando voos.
Segundo balanço da Infraero (estatal que administra os aeroportos), 126 voos atrasaram mais de 30 minutos nesta quinta, o que representa 7,4% dos 1.704 voos programados até as 16h. Outros 96 voos foram cancelados (5,6% do total). Entre os voos internacionais, foram 10 atrasos (10,2% dos 98 programados) e 3 cancelamentos.
Situação nas capitais
Em Curitiba, o sindicato da categoria finalizou o ato no aeroporto Afonso Pena às 11h30 porque houve superlotação do pátio das aeronaves e alguns pousos tiveram que ser transferidos. A ação dos policiais contou com 15 agentes e começou às 6h30. Em dias normais, apenas dois agentes cuidam da fiscalização das bagagens e da verificação dos documentos dos passageiros.
Em Minas Gerais, policiais federais iniciaram a operação padrão no aeroporto de Confins às 14h30 de hoje. Serão fiscalizados todos os voos nacionais e internacionais até as 23h. Cerca de 20 policiais estão fazendo a vistoria das bagagens de todos os passageiros. Cães farejadores também devem participar da operação. Até as 15h não havia registro de atrasos, segundo a Infraero, mas filas começam a se formar na área de embarque.
Em Salvador, a operação padrão começou às 14h50 e deve seguir até as 20h, quando chegam dois voos internacionais. Hoje, doze policiais extras ajudam a fiscalizar o conteúdo de todas as malas em máquinas de raios-X e manualmente. Os agente reforçam a equipe de três funcionários terceirizados que, em dias normais, são responsáveis pela vistoria.
Em Goiânia, o sindicato informou que suspendeu a fiscalização do embarque de passageiros com porte de arma e que viajam armados. A partir das 14h, eles prometem aumentar o rigor da fiscalização de bagagens e de documentação pessoal. Eles também dizem que vão distribuir pizza aos passageiros.
Em Cuiabá, policiais federais farão operação padrão a partir das 18h no aeroporto internacional Marechal Rondon. A partir de amanhã, os grevistas dizem que vão suspender a emissão de passaportes. Segundo o sindicato, nem mesmo agendamentos confirmados serão atendidos.
Em Porto Alegre, a operação-padrão no aeroporto internacional Salgado Filho começou às 6h30 e tem previsão de terminar apenas às 18h. De acordo com o sindicato do Estado, 14 policiais estão no aeroporto fiscalizando todos os passageiros antes do embarque - em dias normais o número de agentes é de apenas três. A operação chegou a causar filas por cerca de uma hora no embarque por volta das 7h40, segundo a Infraero. Às 12h, no entanto, a situação estava normalizada.
Em Mato Grosso do Sul, o sindicato informou que desde o meio-dia está consultando no Sistema Nacional de Procurados e Impedidos a ficha de cada passageiro que embarca no aeroporto internacional de Campo Grande ou que tenta cruzar a fronteira com a Bolívia. A previsão é que a operação-padrão vá até as 18h e seja repetida na segunda-feira.
Em Pernambuco, os policiais realizam a operação padrão no aeroporto de Recife, na área de embarque internacional. O único voo internacional previsto até as 14h atrasou cerca de uma hora. Segundo o presidente do sindicato do Estado, Marcelo Pires, os grevistas pretendem ampliar o protesto para embarques domésticos, no final da tarde. A fiscalização das bagagens nesse setor é feita por equipes terceirizadas. "Vamos tirá-los e assumir o controle", disse Pires.
No Amazonas, cerca de 40 policiais ocupam desde às 11h os setores de embarque de passageiros e de despacho de bagagens e cargas no aeroporto internacional Eduardo Gomes, em Manaus. O presidente do sindicato dos Policiais Federais do Amazonas, Nelson Oliveira da Silva, disse que os passageiros de 20 voos, que embarcam e desembarcam hoje de Manaus, terão as bagagens vistoriadas. "Vamos demonstrar hoje qual é a fiscalização ideal da coordenação da PF na segurança do aeroporto, que não acontece por falta de efetivo", afirmou. Por volta das 12h, ao menos 500 passageiros aguardavam na fila de embarque para ter a bagagem vistoriada pelos agentes federais. O procedimento irritou os passageiros.
Em Santa Catarina, policiais federais iniciaram a operação padrão no aeroporto Hercílio Luz, em Florianópolis, às 13h30, em um voo que veio e voltaria para Buenos Aires. Foram consultadas informações de todos os passageiros, dados criminais e abertas todas as bagagens. Ainda assim, não houve atraso - o voo decolou de volta para a Argentina apenas 20 minutos depois do previsto. Os policiais prometem uma fiscalização mais rígida na segunda, quando a operação irá atingir os voos nacionais. Na Paraíba, houve operação padrão no aeroporto Castro Pinto, em João Pessoa, das 12h30 até as 16h, em oito voos nacionais. Policiais federais distribuíram panfletos. Não houve atrasos. A fiscalização das bagagens foi feita por amostragem. Nova operação padrão ocorre na terça.
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