Dez pessoas foram mortas nesta segunda-feira (4) em uma operação policial no morro da Lagoinha, em Duque de Caxias, Baixada Fluminense. De acordo com a polícia, todos eram criminosos. O tiroteio começou por volta das 16 horas, quando policiais da Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas (DRFC) checavam a informação de que havia no local um caminhão com carregamento de cerveja roubado. Segundo a Polícia, duas equipes da delegacia ficaram encurraladas e pediram reforços. O inspetor Marcos Luiz Gomes Pinho, da Coordenadoria de Recursos Especiais (Cores), foi ferido com um tiro de fuzil no fêmur, teve fratura exposta e foi socorrido de helicóptero para o hospital Miguel Couto, na capital fluminense.
Cerca de 60 policiais da Delegacia de Roubos e Furtos de Automóveis (DRFA), da Core e dois helicópteros seguiram para o local para dar apoio aos colegas. "Os marginais estavam muito bem armados, tinham fuzis, pistolas Uzi, armamento pesado mesmo. Nossa equipe ficou pelo menos dez minutos sob forte tiroteio", contou o delegado Ronaldo Oliveira, titular da DRFA.
Na ação, quatro pessoas foram presas e oito motocicletas roubadas foram recuperadas. Drogas e armas foram apreendidas. Para a polícia, a favela contava com reforço de traficantes de Manguinhos, na zona norte do Rio. Havia possibilidade ainda de o traficante identificado por policiais apenas pelo apelido de "Choque", do Complexo do Alemão, estar escondido no morro.
Os dez corpos foram retirados do morro e levados para o hospital Duque de Caxias. Moradores seguiram para a unidade e fizeram um protesto contra a operação policial. Cerca de 300 pessoas se concentraram na avenida Manoel Lucas e forçaram as duas entradas do hospital. Algumas chegaram até os corredores, mas foram expulsas por funcionários da unidade.
"Isso ocorreu no momento em que os feridos estavam chegando, alguns já cadáveres, outros morrendo. Nossa equipe agiu rápido para expulsar os invasores", disse o secretário municipal de Saúde de Caxias, Oscar Berro. "Não sabemos se os invasores iam cometer alguma vingança ou tentar a retirada de algum ferido. Não podemos arriscar, por isso mandei fechar a unidade." Do lado de fora, outros manifestantes foram dispersados pela Polícia Militar com gás de pimenta. O hospital recebe mil pacientes por dia e ficaria interditado até amanhã (5) de manhã.
Das onze pessoas feridas que o hospital recebeu, somente uma estava viva no início da noite de desta segunda (4). Era Enéas Manoel Paixão, de 31 anos, atingido de raspão no pescoço. Seu estado de saúde era considerado estável. Manifestantes disseram que mortos foram vítimas de balas perdidas, mas os policiais afirmaram que eram criminosos.
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