Rio – Uma operação conjunta da Polícia Federal e da Polícia Militar, batizada de Operação Tingui, levou à prisão 75 policiais militares suspeitos de envolvimento com o tráfico de drogas nas favelas do Rio de Janeiro, ontem. Os militares presos são de batalhões de Bangu, Rocha Miranda Méier e São Cristóvão e do Grupamento Especial Tático-Móvel (Getam). Por ter sido o batalhão com o maior número de policiais presos, o coronel Hudson de Aguiar, comandante-geral da PM, exonerou o comandante do Batalhão de Bangu, coronel Celso Nogueira.

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Segundo Aguiar, trata-se da maior prisão de policiais militares já realizada no Rio de Janeiro na história da corporação. Além da prisão de 66 por determinação da Justiça Federal – resta apenas um foragido –, por decisão do comandante-geral foram presos também, administrativamente, por até 72 horas, outros 9 policiais contra os quais a Justiça Federal expedira somente mandados de busca e apreensão. "Vamos continuar expurgando da corporação aqueles que não a honram", disse Aguiar.

A Justiça Federal expediu 76 mandados de prisão, incluindo de um tenente, e de busca e apreensão dos policiais. Quarenta mandados são contra policiais do 14.º BPM (Bangu). O comandante-geral da PM foi pessoalmente ao batalhão. Hudson Aguiar disse que o trabalho de investigação partiu da Polícia Federal, mas a Corregedoria da Polícia e o Serviço Reservado da PM fizeram a identificação e a prisão dos envolvidos.

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Os agentes da PM vasculharam armários e carros dos presos. Celulares e rádios foram apreendidos. A operação envolveu 200 policiais federais e 340 policiais militares. Durante a madrugada, mais de 300 agentes se reuniram no Centro de Educação Física Adalberto Nunes (Cefan), na Penha. Por volta de 5h30, eles iniciaram a operação, que contou, em alguns locais, com o apoio de homens do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) da Polícia Militar.

Uma equipe do Comando Operacional Tático de Brasília foi para a Favela do Muquiço, em Guadalupe, na Zona Norte, para cumprir alguns dos mandados. Eles também contaram com o apoio de um carro blindado. Os policiais bloquearam os acessos à favela, impedindo a entrada de moradores e veículos. Uma parte da polícia invadiu a favela. Outros grupos de policiais ficaram em pontos estratégicos, armados de fuzis, provocando medo entre os moradores da comunidade.