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Senador critica as barganhas

O líder do PSB no Senado, Renato Casagrande (ES), desaconselhou negociações "no varejo" para o governo conseguir os 49 votos necessários à aprovação da proposta de emenda à Constituição (PEC) que prorroga até 2011 a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). Na avaliação dele, uma eventual negociação pontual com os senadores da base, tendo como princípio a barganha de voto, jogaria a imagem do Senado "num lamaçal completo".

Nesse contexto, acrescentou, a sociedade acabaria por misturar a negociação da CPMF com a crise gerada a partir das denúncias de corrupção contra o presidente licenciado da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL). "Mesmo que não ocorra, vai passar essa impressão à sociedade. E aí será um lamaçal completo".

O líder do Democratas, José Agripino Maia (RN), considera que, caso Renan seja absolvido pelos senadores pela segunda vez, estará evidente uma interferência do governo no processo de julgamento. "Se o resultado da votação aberta no Conselho de Ética for diferente da votação secreta no plenário, mais uma vez, significará que o governo agiu em favor de Renan".

Brasília – Os partidos de oposição apostam no racha da base aliada do governo no Senado para derrotar, no plenário da Casa, a proposta de emenda constitucional (PEC) que prorroga a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) até 2011. Com a possibilidade do PTB liberar a bancada para votar como quiser, DEM e PSDB avaliam que os governistas não terão os 49 votos necessários para a aprovação da PEC.

Em contabilidade interna, os governistas calculam possuir entre 45 e 48 votos favoráveis à prorrogação da CPMF. Com a possibilidade de racha dentro dos próprios partidos da base, a ordem do Palácio do Planalto é reunificar o bloco governista para evitar o máximo de dissidências durante a votação da matéria. "No plenário eles não terão votos suficientes. E falta tempo para articulações que garantam essa unidade", disse o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM).

Mesmo com a pressão do governo, senadores da base aliada já avisaram que vão votar contra a prorrogação do imposto do cheque. O PTB vai reunir a Executiva Nacional no dia 28 deste mês para definir como vai orientar a bancada do Senado na votação da CPMF. A expectativa é que o partido libere a bancada, sem fechar questão favoravelmente à matéria.

O partido também vai fazer um ato de desagravo ao senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR), afastado da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado na semana passada pela líder do bloco governista na Casa, Ideli Salvatti (PT-SC), depois de anunciar que votaria contra a prorrogação da CPMF.

Cavalcanti já adiantou que, no plenário, vai votar contra a matéria. No total, a bancada do PTB reúne seis senadores, o que preocupa a base aliada do governo na votação.

O senador Jefferson Péres (PDT-AM), que se absteve na votação da CCJ, também disse que vai "refletir" sobre a prorrogação da CPMF antes de decidir se votará pela sua continuidade – gesto que promete ser seguido pelos demais quatro integrantes do PDT no Senado.

Outro partido que promete dar dor de cabeça ao governo é o PMDB. Com a maior bancada no Senado, composta de 20 parlamentares, o partido caminha para votar rachado na prorrogação da CPMF. Assim como ocorreu com Mozarildo, o partido substituiu o senador Pedro Simon (RS) na votação da CPMF na CCJ depois que o peemedebista anunciou o voto contrário à matéria.

Apesar de ter fechado questão pró-CPMF, as anunciadas dissidências no partido preocupam os governistas. Além do senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), que já declarou voto contrário à CPMF, o senador Valter Pereira (PMDB-MS) também disse que pode mudar de opinião em relação à prorrogação do imposto do cheque depois que ajudou a aprovar a matéria na CCJ.

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