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A bancada de oposição na Assembléia Legislativa do Paraná pediu ontem, oficialmente, informações sobre o programa Leite das Crianças ao Tribunal de Contas do Estado (TCE) e a diversas secretarias do governo estadual, entre elas a de Agricultura e Abastecimento (Seab). Já o Ministério Público informou que vai aprofundar a investigação. Isso ocorreu após a Gazeta do Povo publicar reportagem no domingo informando haver suspeitas de irregularidades na entrega do leite e que nem todas as 175.500 crianças carentes cadastradas recebem 30 litros por mês. As entregas são menores em 59 municípios do estado (15% dos 399), com as crianças recebendo apenas 26 litros e não 30 litros por mês.

É o caso de Ponta Grossa, Colombo e Bocaiúva do Sul, onde o pacote de leite do domingo ainda não está sendo entregue. Segundo a coordenadora do comitê gestor do programa em Colombo, Zenilda Maciel dos Santos, o pedido de aumento será feito o mais breve possível. "As nossas 2,7 mil crianças precisam. Eu sempre achei que deveria ser assim. Não foi minha a decisão de receber menos", disse Zenilda, contestando a informação do governo de que é opção dos comitês receber um litro a menos por semana.

Segundo o líder da oposição, deputado Valdir Rossoni (PSDB), as suspeitas serão investigadas. "Vamos fiscalizar o programa, aprofundando a apuração." O pedido será encaminhado às secretarias do Trabalho, Emprego e Promoção Social, Saúde, Agricultura e Abastecimento, Educação, Planejamento, ao Ipardes e à coordenação do programa do Leite das Crianças. O prazo é de cinco dias para esclarecimentos.

MP

Já o Ministério Público Estadual (MP) pretende aprofundar sua apuração. O MP começou a investigar o caso no último dia 6, após receber denúncia na distribuição de leite. Até então, o MP tinha solicitado e aguardava informações sobre o assunto da ouvidoria do estado. Com a reportagem, o MP decidiu ir a fundo para apurar como é o programa e como ele é fiscalizado, inclusive no que se refere aos 69 laticínios que participam do projeto. O programa já é alvo de auditoria do TCE, que ficou com dúvidas sobre as entregas dos domingos. Segundo a prestação de contas feita ao TCE, o governo gastou R$ 28,9 milhões, comprando 29.415 litros em 2004.

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