Análise Políticos acompanham tendência
Curitiba "A pesquisa é o radar no vôo cego dos políticos." A comparação feita pelo professor de Ciência Política Ricardo Costa de Oliveira, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), resume a importância deste instrumento adotado pelos partidos políticos nos últimos dez anos. Para ele, o pensamento racional científico é necessário na política, assim como em qualquer área. É uma tendência e tem surtido efeito, diz o professor. O melhor exemplo é o PT, que cedeu às pesquisas e aos marqueteiros, mudou a estratégia e ganhou a eleição.
Segundo Oliveira, antes da década de 90 o amadorismo dominava a política. Alguns de seus principais integrantes se reuniam e pelo "achômetro" decidiam que rumo tomar, lembra o professor. "Muitas vezes acertavam e muitas vezes erravam."
Carlos Luiz Strapazzon, professor de Ciência Política das Faculdades Curitiba e doutorando em Sociologia na UFPR, lembra que o PSDB e o DEM estão perdendo mais eleições do que gostariam. Mas, para ele, quem ganha eleição também deve se preocupar.
Strapazzon cita o caso do PT. O professor explica que o eleitorado do partido mudou. Saiu o operário e entrou uma classe média cada vez mais preocupada com a perda do poder aquisitivo. Segundo ele, o PT passou a ser o "partido da esperança dos pobres". Não que isso seja ruim, diz ele. Mas seria necessário que o PT entrasse em sintonia com este seu novo eleitorado. (VF)
Curitiba A hora é de dar uma "repaginada". Os principais partidos da oposição PSDB e DEM (o ex-PFL) querem afinar o discurso com os eleitores para garantir o sucesso nas urnas. O PSDB planeja chegar ao fim de setembro, data provável para o congresso da sigla, com todas as ferramentas na mão para atualizar o programa do partido.
O deputado federal paranaense Gustavo Fruet (PSDB) conta que foram criados três grupos de trabalho. O primeiro vai fazer uma avaliação dos governos do tucano Fernando Henrique Cardoso e do petista Luiz Inácio Lula da Silva, além de um comparativo das duas gestões. O segundo grupo vai avaliar as três últimas eleições e a situação do partido em cada município. Esse diagnóstico tem de estar pronto até o fim de maio, diz Fruet. E a partir daí serão tomadas as providências necessárias para fortalecer a sigla nas regiões em que houver necessidade.
O terceiro grupo do qual Fruet participa é responsável pela pesquisa que será feita em todo o país, com a previsão de ter um resultado até junho. O trabalho será coordenado pelo sociólogo Antônio Lavareda. Na primeira etapa serão realizadas 3.400 entrevistas em todas as regiões do país. Os pesquisadores vão querer saber como a população avalia sua situação, que opinião tem sobre o governo, se conhece os partidos políticos, como vê o PSDB e os pontos positivos e negativos dos governos Lula e FH, entre outras questões.
Fruet lembra que neste período também serão realizados cinco seminários para tratar dos seguintes temas: meio ambiente, desenvolvimento urbano, educação, programas sociais e economia.
O deputado afirma que todos os partidos estão passando por isso. E a questão prática, no caso do PSDB, é que ele perdeu duas eleições presidenciais. Além disso, no ano que vem tem eleição municipal e em 2010, presidencial.
Para Fruet, não adianta ter candidatos fortes à Presidência da República sem um partido forte, que tem de estar organizado para entrar na disputa.
O PSDB tem hoje os nomes mais cotados para disputar a eleição para presidente: Aécio Neves, José Serra e Geraldo Alckmin.
Outro partido que já deu a largada na corrida para as próximas eleições é o antigo PFL. Na semana passada, em convenção nacional, aprovou a mudança no nome da legenda. Sai o Partido da Frente Liberal (PFL) e entra o Democratas (DEM). O objetivo é promover uma renovação do partido e atrair novos filiados. Na eleição do ano passado, a sigla elegeu apenas um governador e o número de deputados federais foi reduzido.
Mudou o nome e o presidente. Quem assumiu foi Rodrigo Maia (RJ). Ele prometeu renovar a legenda e manter o discurso oposicionista.
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