Brasília e Unaí (AE) Os partidos de oposição já preparam seu contra-ataque para tentar neutralizar os efeitos das "bondades políticas" que vêm sendo anunciadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva nos últimos 30 dias. O primeiro alvo da oposição será o novo salário mínimo. Lula anunciou o aumento de R$ 300 para R$ 350, a partir de abril. Embora essa elevação já tenha sido a maior dada por um governo nos últimos anos, a oposição pretende iniciar uma guerra política dentro do Congresso para aumentar ainda mais esse valor. A idéia é subir o mínimo para pelo menos R$ 375 mensais. Mas o número preferido da oposição é R$ 400 mensais.
"Já que está sobrando dinheiro no governo, o PFL defende que o novo salário mínimo fique entre R$ 375 e R$ 400. Até para que eu não tenha que passar a campanha eleitoral dizendo que o presidente Lula mentiu quando prometeu que terminaria o governo dobrando o valor do mínimo. Assim que a medida provisória que altera o valor do salário mínimo for enviada para o Congresso, o PFL apresentará uma emenda para modificá-lo", disse o líder do PFL na Câmara, deputado Rodrigo Maia (RJ). Na prática, com esse gesto, a oposição espera criar pelo menos um problema para Lula, que teria que arcar com o desgaste de articular sua base de apoio dentro do Congresso para impedir a elevação exagerada do mínimo. Nas contas da oposição, o desgaste de Lula poderá ser ainda pior se os parlamentares aprovarem a proposta dentro do Congresso. Se isso ocorrer, o presidente ficará com o ônus de ter que vetar o novo aumento.
O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, disse ontem, em Unaí (MG), que uma eventual edição de medida provisória com o reajuste do salário mínimo é uma arma do governo contra manobras políticas da oposição no Congresso. "Poderemos encaminhar um projeto de lei ao Congresso no lugar da MP, mas, se os parlamentares fizerem marola e não aprovarem em tempo hábil a proposta, poderemos retirá-lo e editar a MP", avisou. Segundo ele, o presidente Lula decidirá nesta semana se o aumento do mínimo estará numa MP ou num projeto de lei. A MP ou o projeto também vão prever a correção da tabela do Imposto de Renda. Para Marinho, o Executivo não pode descartar a possibilidade de editar a MP por causa da "insegurança" em razão das disputas políticas que podem atrasar a votação de um projeto de lei. "Não temos uma decisão fechada (sobre a MP), vamos aguardar. O que certo é que o mínimo de R$ 350 vai valer a partir de abril", disse Marinho.
Além de ser pressionado a desistir da medida provisória do mínimo, o governo terá de tentar barrar nesta semana uma negociação da oposição para aprovar, no Senado, a proposta de emenda constitucional do senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA) que restringe a possibilidade de edição de MPs. A aprovação da PEC conta com o apoio do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).
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