Propositor da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Ônibus o vereador Eliomar Coelho (PSOL) disse que o grupo de oito vereadores de oposição realizará uma "CPI paralela" para investigar as empresas responsáveis pelo transporte rodoviário no Rio. Coelho apontou divergências entre o plano de trabalho preliminar da comissão e o requerimento da CPI, que teve uma sessão nesta quinta-feira (15), e da qual ele se recusou a participar por ser fechada ao público.
O presidente da comissão, Chiquinho Brazão (PMDB), afirmou que as próximas reuniões acontecerão no plenário e serão abertas à população. Na quarta-feira (14), o presidente da Câmara, Jorge Felippe (PMDB), disse que os próximos encontros serão exibidos em telões do lado de fora do Palácio Pedro Ernesto, sede do Legislativo do Rio, na Cinelândia, região central da cidade. "Ele disse que tentaria de tudo para que a reunião fosse aberta, mas, pelo visto, não fez nada", afirmou Madiano Marcheti, que ocupa a Câmara desde a última sexta-feira, 9, referindo-se à reunião que Felippe teve na quarta com os manifestantes.
Na sessão desta quinta, os membros da CPI marcaram audiências para as próximas quintas-feiras, no plenário. Para a reunião do dia 22, serão convidados o secretário municipal de Transportes Carlos Osório, o ex-secretário Alexandre Sansão e o presidente da Comissão de Licitações da Prefeitura do Rio, Hélio Borges.
Manifestantes hostilizam relator da CPI
Dois manifestantes que participavam de um protesto em frente à Câmara Municipal do Rio, no centro, foram detidos por agredirem policiais militares e levados à 5ª DP (Mem de Sá), nesta manhã. O vereador Professor Uoston (PMDB), aliado do prefeito Eduardo Paes (PMDB) e designado relator da CPI dos Ônibus, foi atingido nas costas por um ovo e hostilizado quando deixou o prédio da Câmara. O táxi onde o vereador entrou foi cercado por manifestantes.
Embora tenham desocupado a Avenida Almirante Barroso, que também estava fechada, os manifestantes, alguns deles mascarados, continuavam a bloquear a Avenida Rio Branco no início desta tarde. Outro grupo está na porta do Palácio Pedro Ernesto, sede da Câmara. Na rua lateral do prédio, Alcindo Guanabara, policiais militares com escudos e capacetes controlam a entrada e saída de pedestres. Cerca 150 manifestantes estão na Cinelândia, região central da capital fluminense.