Brasília Diante de um público de 30 mil pessoas na convenção do PFL do Distrito Federal, ontem, o candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, e seu vice, o senador José Jorge (PFL-PE), se contagiaram pelo clima de campanha e partiram para o ataque ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
José Jorge foi o primeiro a abrir sua artilharia contra Lula. Incentivado por um militante que gesticulava na sua frente, enquanto discursava, o senador pefelista não se intimidou nem mesmo em lembrar da recente polêmica com o jogador Ronaldo, que deu declarações sobre um suposto hábito do presidente Lula por abusar de bebidas alcóolicas.
"Temos hoje um presidente que não trabalha, só viaja e bebe muito como dizem por aí. Presidente precisa ser honesto, ser competente e ter o governo da verdade, não da mentira", disparou o vice de Alckmin.
Mais comedido, o candidato tucano preferiu centrar seus ataques nas denúncias de corrupção que atingiram o governo petista nos últimos dois anos. Mas em seguida, retomou o tom propositivo de sua campanha prometendo manter e aprimorar o programa Bolsa-Família, que até o fim do ano deverá atender 11,1 milhões de famílias em todo o país. "Vamos acabar com a roubalheira neste país e tratar de trabalhar. Vamos deixar de aparelhar o Estado para prestigiar o servidor público", comprometeu-se.
Tensão
A presença de Alckmin na convenção pefelista foi uma tentativa de reduzir o clima de tensão provocado pelas disputas regionais entre tucanos e pefelistas.
O tucano foi prestigiar a convenção regional do PFL que formalizou a candidatura do deputado José Roberto Arruda que renunciou o mandato de senador depois de ser envolvido no escândalo da violação do painel de votação do Senado e de seu vice, o senador Paulo Octávio, para o governo do Distrito Federal.
Alckmin fez questão de lembrar a longa parceria entre seu partido e o PFL.
"O PFL foi nosso parceiro na redemocratização do Brasil, na estabilização da economia implantada pelo presidente Fernando Henrique com o Plano Real", acrescentou.