Depois de 12 anos, o Sindicato dos Motoristas e Cobradores nas Empresas de Transporte de Passageiros de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc) tem uma nova diretoria. Na noite de ontem, a chapa de oposição encabeçada por Anderson Teixeira, de 33 anos, foi eleita com 70% dos votos. Segundo Teixeira, a partir de 11 novembro, quando ele será oficialmente empossado, o Sindimoc vai lutar por mais benefícios para a categoria. "Vamos brigar por aumento de salário. Pelos motoristas que trabalham como cobradores. Pelos horários apertados, por melhores condições de trabalho", afirma.
O candidato pela chapa situacionista, Valdecir Bolete, diz que vai questionar o resultado judicialmente. "Eu até aceitaria o resultado, desde que essas armações contra a gente não tivessem acontecido. Nós temos gravações e vamos usar para provar as armações. Esse resultado eu não aceito", protesta. Apesar da tensão entre as duas chapas, a votação ocorreu tranquilamente. Segundo a Polícia Militar, não houve registros de confusão durante a eleição.
A categoria é formada por 12 mil trabalhadores, mas apenas 3.740 mil associados tinham direito a voto, por estarem com as contribuições sindicais em dia. Desses, 1.713, cerca de 46% dos aptos a votar, compareceram às urnas para escolher a nova diretoria. A chapa oposicionista recebeu 1.194 votos, correspondente a 70% do total. A chapa de situação recebeu 517 votos, cerca de 30%. Uma pessoa votou nulo e outro voto não pôde ser computado.
Polêmica
O mês que antecedeu a votação foi polêmico. O presidente eleito, Anderson Teixeira, afirma ter sido vítima de um atentado no fim de semana passado, quando chegava em casa, no bairro Sítio Cercado, em Curitiba. Quatro tiros teriam sido disparados contra ele, que não foi atingido. Teixeira também tinha uma condenação anterior, de cinco anos e quatro meses de prisão por participação em um roubo, mas teve a pena extinta após ter cumprido parte dela. Ele alega ser inocente no caso.
Já os candidatos à presidência e vice-presidência pela situação, Valdecir Bolete e Denílson Pires (atual presidente e vereador em Curitiba pelo DEM), foram presos, em agosto, acusados de apropriação indébita e formação de quadrilha. Segundo o novo presidente, será formulado um pedido para que o Ministério Público realize uma autoria no Sindimoc. "Ainda no período de transição, vamos ajudar nas investigações do Ministério Público", afirma.