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CLT x PJ

Opositor da reforma trabalhista, PSOL lança vaga de trabalho na modalidade PJ

Opositor da reforma trabalhista, PSOL lança vaga de trabalho na modalidade PJ
Após repercussão negativa, sucursal fluminense do PSOL apagou das suas redes sociais o anúncio do posto de trabalho (Foto: Divulgação PSOL)

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Opositor ferrenho da reforma trabalhista aprovada no Congresso Nacional em 2017, o Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) do Rio de Janeiro divulgou uma vaga, para integrar sua equipe de Comunicação, na modalidade Microempreendedor Individual (Mei), como pessoa jurídica (PJ).

A vaga previa regime de trabalho de 20 horas semanais com início a partir de julho e teria como funções a criação, redação e gerenciamento de conteúdo para redes sociais e ferramentas institucionais do partido. Devido à repercussão negativa da publicação, a sucursal fluminense do PSOL apagou das suas redes sociais o anúncio do posto de trabalho – no site oficial, consta a informação que as inscrições foram encerradas.

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O anúncio causa estranheza, uma vez que durante a discussão da reforma trabalhista, estabelecida por meio da lei 13.467/2017, o PSOL se manifestou contrário ao dispositivo que afasta o vínculo de emprego de autônomos PJ, ainda que de forma contínua, desde que cumpridas determinadas formalidades legais. Na prática, a medida facilitou que empregadores contratassem MEIs para postos de trabalho fixos em detrimento da admissão na modalidade CLT. Na época, o partido alegava que a contratação na modalidade PJ tornariam precárias as condições de trabalho da população.

Juiz do Trabalho afirma que intenção da sigla foi fugir de encargos trabalhistas

Em contrapartida à repercussão do caso, simpatizantes do partido passaram a argumentar que a divulgação da vaga como MEI se deve a um impeditivo legal de que partidos políticos contratem funcionários na modalidade CLT. À Gazeta do Povo, Rodrigo Dias da Fonseca, Juiz do Trabalho em Goiás, afirmou que não há nenhum mecanismo que impeça a admissão via CLT em um partido político, com exceção de cargos de direção e assessoramento.

“Esse impeditivo se dá para contratação em cargos de comando do partido. Nesse caso em particular, o que se buscou foi a contratação de um trabalhador comum, que não tem relação com cargo de direção. Isso sugere fortemente que a verdadeira intenção foi descaracterizar vínculo de emprego para fugir dos encargos trabalhistas”, afirma o magistrado.

“Nesse caso quem fez foi um partido de esquerda, mas grande parte das empresas faz isso. O problema é a hipocrisia de ficarem se batendo todo tempo contra esse tipo de procedimento e na primeira oportunidade utilizarem dele como se fosse a coisa mais comum do mundo”, ressalta.

PSOL volta atrás e anuncia vaga via CLT

Atualização:
À Gazeta do Povo, o PSOL do Rio de Janeiro informou que, na tarde desta quarta-feira, fez uma retificação no processo seletivo e definiu que a contratação para a vaga em questão será via CLT, e não mais PJ.

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