O Orçamento do estado para 2006 destina-se à conclusão de obras do governo que estão em andamento e não prevê novos investimentos. O anúncio foi feito nesta quarta-feira pelo secretário do Planejamento, Allan Marcelo de Campos Costa, durante audiência pública na Assembléia Legislativa. Apesar da pouca participação 18 deputados estavam presentes e cerca de 10 representantes de entidades organizadas técnicos do governo passaram a tarde explicando como e onde será gasto um orçamento de R$ 17,2 bilhões no próximo ano. As informações são da Gazeta do Povo.
O principal desafio, segundo o secretário, é conseguir recursos para investimentos diante do excesso de receitas vinculadas. "A prioridade para 2006 é não iniciar coisas novas e terminar o que já está em construção", disse. "Tudo que foi programado será executado, desde que tenha tempo hábil para ser concluído até o final do mandato".
Da receita estimada de R$ 17,2 bilhões, o estado terá apenas R$ 1,2 bilhão para investir em obras e programas. As áreas que vão receber a maior fatia do bolo orçamentário são educação (R$ 2,3 bilhões), saúde (R$ 1 bilhão), transportes (R$ 350 milhões) e segurança pública (R$ 1 bilhão).
O chefe da coordenadoria do Orçamento, Otaviano Fabri Ferraz, garantiu que o estado está cumprindo o que determina a Constituição Federal e investindo 25% em educação. Para a área de saúde, segundo ele, será destinado 12%, o mínimo previsto por lei.
A forma como o governo chegou a esses porcentuais é que provocou dúvidas e discussão. "Não concordo com essa prática do Executivo de não cumprir a lei e não investir 12% na saúde. Essa foi a grande polêmica no ano passado. Não adianta contabilizar outros serviços para chegar ao mínimo exigido por lei", disse o líder da oposição, Valdir Rossoni (PSDB).
O saneamento básico, na avaliação de Rossoni e de boa parte dos deputados, não poderia ser computado como investimento em saúde. O entendimento do governo é outro. "Água tratada evita a mortalidade infantil e garante mais saúde", argumenta Otaviano Ferraz.
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