Mensagens em comunidades do site de relacionamento Orkut podem ajudar a polícia a solucionar o duplo homicídio ocorrido no último sábado, no bairro São Braz, em Curitiba. John Lenon Rodrigues de Oliveira e Marllon Dias da Silva, ambos de 18 anos, foram mortos a tiros na Rua Elis Regina, a poucos metros de uma cancha de areia, onde ocorria um torneio de futebol. Um grupo teria chegado atirando contra os jovens, que foram socorridos pelo Siate, mas não resistiram aos ferimentos.
Segundo a Delegacia de Homicídios, estão sendo investigadas as gangues que atuam na região e analisadas as comunidades que mantêm no Orkut. O delegado Naylor Robert afirma que, apesar de ainda não estar certo que o assassinato tenha relação direta com as gangues, a polícia já tem um suspeito ligado a uma delas. "Ele foi responsável por outros crimes na região, mas não vamos divulgar seu nome para não atrapalhar as investigações", afirma. Para tentar elucidar o caso, o delegado conta que vai contar com o apoio do Núcleo de Combate aos Cibercrimes (Nuciber) da Polícia Civil. "Já estamos estudando diversas páginas da internet e enviaremos as questões para que o Núcleo nos ajude nas investigações do conteúdo das comunidades", afirma.
O delegado Demetrius Gonzaga de Oliveira, do Nuciber, disse que está à disposição para ajudar no caso. Mensagens provocativas entre as gangues, promessas de vingança e outras ameaças fazem parte do conteúdo a ser avaliado e, segundo Oliveira, todas as mensagens podem ser rastreadas para servir como prova criminal. "Certamente chegamos à origem da conexão de internet usada para enviar as mensagens. Geralmente a autoria também é descoberta", afirma. Segundo ele, depois de autorizada a quebra de sigilo das páginas, os dados técnicos levam aos criminosos. "99% usam identidade falsa, mas chegamos aos criminosos com certa facilidade. Depende do conhecimento técnico de quem comete o crime", afirma.
Moradores
Enquanto a situação das gangues criminosas não é resolvida pela polícia, os moradores se protegem como podem e não se arriscam a sair nas ruas do bairro à noite. O servente de pedreiro Enéas Golçalves da Cruz, 35 anos, diz que, depois que escurece, só sai de casa quando é realmente necessário. "A gente fica ressabiado de estar andando por aí e ser confundido com alguém desses grupos." Ele conta que já presenciou várias vezes brigas entre grupos rivais e que a maioria nem chega ao conhecimento da polícia. "Uma tarde estava voltando para casa e acabei passando por uma briga feia entre a molecada. Era pedra pra todo lado, tive que sair rápido de lá para não sobrar pra mim."
A dona de casa Elaine Cristina Gaspar, 28 anos, conta que a Rua Antônio Scorsin, próxima à sua casa, é tida como divisória entre as áreas das gangues. "Se um menino vem da parte de cima da rua e desce para a região da outra gangue, é perigoso nem voltar", afirma. Ela diz que já perdeu a conta de quantos vizinhos sofreram com a violência. "Geralmente quem sofre são os que se envolvem com drogas. Já metralharam a casa de um vizinho, assassinaram outro dentro de casa e, enquanto isso, outras pessoas inocentes também correm riscos", diz.
Para a dona de casa Ozília de Oliveira da Silva, 73 anos, nem o caminho de poucas quadras de sua casa até a igreja é seguro. "Eu não posso deixar de ir, vou e volto rezando porque sei que aqui ninguém está a salvo."
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