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O "mensan" Sérgio Itamar: 13 pós-graduações, 165 pontos de QI e domínio de instrumentos de corda | Marcelo Andrade/ Gazeta do Povo
O "mensan" Sérgio Itamar: 13 pós-graduações, 165 pontos de QI e domínio de instrumentos de corda| Foto: Marcelo Andrade/ Gazeta do Povo

Socialização

Associação ajuda membros a manter o convívio social

O empresário Cléber Alexandre, 22 anos, também chegou à Mensa buscando pessoas de perfil semelhante ao seu por sentir inadequação ao meio social. Atualmente cursando Gestão Comercial, Alexandre já desistiu de outros três programas de graduação por não se adaptar à metodologia de ensino e confessa que só consegue se manter no curso atual porque as aulas são online.

Ele afirma ter problemas no ambiente escolar desde a infância. "Na sala de aula, sofremos bullying dos próprios professores, porque as aulas são elaboradas para a média. Quem faz perguntas demais sempre sofre algum tipo de censura, como uma piadinha sem graça que vai te marcar para o resto da vida", diz.

Alexandre afirma que a Mensa o tem ajudado a melhorar sua socialização, tendo inclusive conhecido um sócio para sua empresa numa das reuniões do grupo.

Serviço

Para agendar um teste de filiação à Mensa, acesse www.mensa.com.br. O teste custa R$ 50. A Mensa cobra anuidade de R$ 80 de seus associados.

Capacidade rápida de entendimento, aptidão para áreas distintas do saber humano, desempenho escolar brilhante e pontuação de QI (sigla para quociente de inteligência) muito acima da média. Esses atributos podem parecer invejáveis, mas quem os possui afirma que eles trazem embutidos grande carga de sofrimento e desajuste social. Para buscar o encontro entre os iguais, pessoas de QI elevado se juntam numa associação internacional chamada Mensa.

A entidade foi fundada na Inglaterra na década de 1940, mas teve seu primeiro membro paranaense registrado há cerca de dez anos. Atualmente, o estado tem cerca de 40 "mensans", como chamam a si próprios os membros do clube. Como a maioria dos sócios paranaenses é de Curitiba, os encontros costumam acontecer na capital, na casa de algum membro – a Mensa não tem sede física. Os mensans do interior do estado se reúnem esporadicamente e também participam dos fóruns de discussão virtual.

Para fazer parte do grupo, é preciso estar entre os 2% da população com QI mais elevado – o que, de acordo com a estatística, equivale a obter uma pontuação acima de 135. A média do QI dos brasileiros está em torno de 100 pontos. Os exames para entrar na Mensa são sempre efetuados por psicólogos credenciados à associação.

Interesses comuns

De acordo com o coordenador da Mensa no Paraná, o empresário Sérgio Itamar, os encontros do grupo refletem a diversidade de interesses de seus membros: entram na pauta desde temas como física, matemática e filosofia até rodas musicais e jogos de pôquer e xadrez. Itamar afirma que a amplitude de gostos é uma marca comum aos mensans e também uma fonte de angústias: muitos membros têm dificuldade para escolher uma profissão, já que se interessam igualmente por áreas muito distintas.

O próprio coordenador paranaense do grupo, com 165 pontos de QI, é graduado em Direito com mestrado em Administração e doutorando em Ciências Jurídicas. Ao todo, soma 13 pós-graduações e, de quebra, toca viola, violão e outros instrumentos de corda. Andar acima da média, no entanto, tem seus custos, como as dificuldades de relacionamento. "Há uma sensação de isolamento muito grande. No colégio, não era bom chamar a atenção. Hoje chamam isso de bullying, mas na minha época era levar uns tapas na cabeça mesmo", diz.

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