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O Índice de Desenvolvimento Juvenil, publicado pela Ritla (Rede de Informação Tecnoló­gica Latino-Americana) em 2007, apontou um quadro pouco confortável para o Paraná. Cerca de 55% dos adolescentes e jovens entre 15 e 24 anos estavam fora da escola. O índice era nordestino.

Hoje, embora não haja um banco de dados fechado sobre os avanços para as políticas da juventude, a situação é bem melhor, como a reportagem pôde conferir. A defasagem idade-série ainda é alta – ultrapassa 54% dos estudantes do ensino médio – e a evasão preocupa.

Informações recolhidas junto ao Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacional Anísio Teixeira (Inep) mostram que o abandono escolar na faixa média passou de 11,6% ao ano em 2008 para 9,4% ano passado. Em miúdos, cerca de 60 mil alunos do segundo grau abandonaram a escola em 2009, não voltando necessariamente em 2010. Dos 1,3 milhão de alunos da rede pública estadual, quase metade são do ensino médio, o que dobra a responsabilidade dos técnicos e educadores.

As escolas estaduais esboçam reação. A retomada começou no final de 2007 e ganhou corpo ano passado. Em 2009, houve mais opção pelo sistema regular. Ano passado, dos 600 mil matriculados no ensino médio, 532 mil o faziam à moda antiga – em regime presencial absoluto.

Em pouco mais de um ano, 411 escolas do estado, 30% da rede, adotaram o sistema de blocos – nos moldes das faculdades e universidades – ou profissionalizante. O aluno do interior, que abandona o colégio na época da colheita ou quando há oferta de empregos temporários, não perde o ano, podendo voltar no semestre seguinte para concluir mais um lote de disciplinas. A experiência é tão bem recebida que o Paraná se tornou o carro-chefe do programa federal "Ensino médio inovador", com 84 das 100 escolas participantes.

Outras duas novidades apontam que o Paraná pode se sair bem na empreitada. O sistema EJA tem adotado medidas espartanas, inibindo os que ali chegam em busca da vida fácil. "Há taxas de evasão altas no EJA e o ideal é que esse modelo caminhe para o fim. Muitos alunos sem maturidade para esse tipo de acompanhamento e em condições de frequentar a escola estão voltando atrás", explica a professora Maria de Fátima Navarro Lins Paul, nova coordenadora do Ensino Básico da Se­­cretaria de Estado da Educação.

Para atender essa clientela, cresceu a oferta pelo ensino profissionalizante, hoje dividido em 57 cursos diferentes e ganhando corpo em meio ao ensino regular. Tudo indica uma maior presença de alunos acima dos 17 anos nesses programas. Eles voltam à escola em busca de uma profissão.

A evidência é numérica: dados do Censo 2007 mostram que o estado tem 350 mil pessoas entre 15 e 17 anos. Como há quase 600 mil secundaristas, pode-se deduzir que há 250 mil estudantes no ensino médio com idade igual ou superior a 18 anos. Muitos são antigos evadidos tentando outra vez. É importante saber o que eles procuram. E por que em algum momento acharam que o antigo colegial não tinha nada a lhes dizer.

Leia amanhã: Ensino médio não garante boa colocação profissional.

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