Uma vida inteira interrompida pela crueldade. Osíris Del Corso, 22 anos, gostava de ajudar as pessoas carentes. Dedicava grande parte de seu tempo para criar projetos sociais que colaborassem com a sociedade. Em casa, deixou uma pilha de livros que havia juntado para formar uma biblioteca itinerante: era para as crianças do Uberaba e da Vila das Torres. Ele era presidente do Rotaract – grupo de jovens do Rotary Clube da Avenida das Torres que promovem ações sociais. No ano passado, ele havia recebido o título de Embaixador da Paz.

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Segundo o presidente do Rotary, Luiz Alberto da Cruz, a condecoração é um resumo do que Osíris era capaz de fazer pelos outros: estava sempre disposto a ajudar. Ele cursava o 3º período de Direito da UniCuritiba e havia trancado, temporariamente, a vaga no curso de Ciências Sociais da Universidade Federal do Paraná (UFPR), porque não tinha tempo de fazer as duas graduações. Tatiana Denczuk, tia dele, conta que Osíris tinha um interesse maior pela parte social do Direito. "O trabalho voluntário era a vida dele. Ele também gostava de música", conta. A família da mãe de Osíris é de origem ucraniana e o rapaz, por muito tempo, participou do grupo de dança ucraniana de Curitiba.

Ele conheceu a namorada há quatro anos no Rotaract. Ficaram amigos e depois veio o namoro: há dois anos o casal se dividia entre os estudos, as pessoas carentes e um grande hobby: explorar a natureza. Segundo o pai da jovem, ela adora praia e trilhas. Ela faz três cursos de graduação ao mesmo tempo: Farmácia, Bioquímica e Educação Física e mora sozinha há um ano, desde que o pai se mudou para outro estado por causa do trabalho – ele está em Dourados (MS), e, a mãe, em João Pessoa (PB). Ela pratica judô e jiu-jítsu desde pequena. "Acredito que o homem que cometeu essa brutalidade em Caiobá precisou bater muito nela, porque ela tem o costume de reagir. Chego a pensar que possam ser dois homens e não apenas um", comentou o pai.

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O pai, que é advogado criminalista, afirmou que a moça levou um tiro e não dois. "Também não acredito que o homem que atirou tenha voltado ao local do crime. Penso que ela tenha se confundido. " Ontem à noite, o pai da moça foi até o velório de Osíris. Ele conhecia o rapaz mas não havia falado pessoalmente com a família dele.