A Rota, tropa de elite da Polícia Militar, está na mira da Ouvidoria da Polícia. O aumento no número de mortos em confrontos envolvendo integrantes das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar - 63% em cinco anos - despertou a atenção do ouvidor Luiz Gonzaga Dantas, que promete acompanhar de perto a atuação do 1.º Batalhão de Policiamento de Choque. Entre segunda-feira e hoje, foram mais duas mortes. Em uma delas, a família diz que houve execução.
O crescimento de 63% nas resistências seguidas de morte (homicídio cometido por policial em suposto confronto) se dá na comparação entre os nove primeiros meses de 2007 e o mesmo período deste ano. "A Ouvidoria está atenta ao desempenho da Rota. Nos últimos anos, teve uma crescente no número de resistências. É preciso propor ações de controle."
Segundo o ouvidor, o policial deve agir dentro da legalidade. "A função primeira da polícia não é matar ninguém. Usar a arma é o último recurso. O PM é agente público, a função é difícil, mas não significa que pode atirar primeiro e perguntar depois."
Há uma semana, a Rota é comandada pelo tenente-coronel Salvador Modesto Madia, acusado pela morte de 74 presos no massacre do Carandiru, em 1992. Cada um dos detentos mortos recebeu em média 4,5 tiros. Nenhum policial morreu. Ele recorre da acusação e diz que não houve execução. O ouvidor também promete acompanhar o trabalho do novo comandante.
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