A Ouvidoria das Polícias de São Paulo recebeu duas denúncias nesta segunda-feira (27) referentes a Lindemberg Alves, de 20 anos, preso por, entre outros crimes, matar a ex-namorada Eloá Pimentel após mantê-la em cárcere privado por mais de 100 horas em Santo André, no ABC.
A primeira denúncia foi feita pelo Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana de São Paulo (Condepe). O conselho pede que a Ouvidoria investigue possíveis agressões a Lindemberg quando ele já estava rendido pelos policiais e desarmado. "De fato, ele foi agredido no momento da invasão [do apartamento onde ele mantinha Eloá e a amiga Nayara reféns], mas era algo impossível de não ser feito porque ele estava armado", diz o ouvidor Antonio Funari Filho.
Segundo Funari, à denúncia foram anexadas imagens em que Lindemberg aparece com o rosto inchado. "A ouvidoria vai encaminhar o questionamento às corregedorias das polícias Civil e Militar e aguardar posicionamento", conta Funari. Segundo ele, o documento será entregue nesta terça-feira (28).
A segunda denúncia, de acordo com o ouvidor, foi anônima e diz respeito à exposição do seqüestrador na televisão durante entrevista enquanto ele estava na delegacia. "Foi uma entrevista que, na verdade foi uma exposição. Ele estava seminu", reclama o ouvidor.
De acordo com Funari, a corregedoria deve consultar a perícia e o exame de corpo de delito feito por Lindemberg para saber se o seqüestrador foi agredido quando já estava sob os cuidados da polícia, o que pode levar dias ou semanas. Quanto à análise da exposição, Funari diz que "é mais complicada" e, segundo ele, a resposta deve demorar meses.
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