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Ao relatar uma recente viagem à Libéria, um dos países mais afetados no início da epidemia do ebola, um paciente de 41 anos despertou temor em uma UPA (unidade de pronto-atendimento) no Distrito Federal, mobilizou cerca de 50 profissionais de saúde e levou o governo local a emitir um alerta ao Ministério da Saúde.

A confusão durou cerca de oito horas. Nesse intervalo, o paciente foi isolado em um consultório, e funcionários que atendiam o caso diretamente se muniram de itens de segurança, como luva, máscara e roupas especiais.

Até descobrirem que, no último ano, o paciente nem sequer havia saído do país.

Agora, o paciente será encaminhado para o Hospital de Base, para avaliação psiquiátrica. “Ele dizia que tinha viajado com um amigo que morreu de ebola em São Paulo”, conta José Carlos Valença, subsecretário de vigilância à saúde.

Segundo Valença, o homem, um espanhol radicado no Brasil, já havia procurado atendimento na segunda-feira (15), relatando febre e dores no corpo. Na quarta (17), os sintomas se agravaram e ele voltou ao local por volta das 16h.

O caso começou a ser descartado por volta das 21h, após funcionários notarem que os detalhes sobre a viagem eram contraditórios. Além disso, a Libéria foi declarada livre da doença em maio deste ano.

Um contato com a família do paciente acabou por dar fim à suspeita já à meia-noite. O paciente foi diagnosticado com infecção urinária e liberado na manhã desta quinta-feira (18).

Para o chefe do núcleo de controle de endemias do DF, Dalcy Albuquerque Filho, apesar do transtorno causado pela viagem “fictícia”, o caso ajudou a verificar o funcionamento dos protocolos de segurança.

“Se a história dele tivesse o mínimo de coerência, em menos de duas horas ele estaria no HRAN (Hospital Regional da Asa Norte) ou seria enviado ao Rio de Janeiro”, disse. “Não temos como descartar uma história fantasiosa imediatamente”, completa.

Esse não é o primeiro alarme falso da doença no Distrito Federal. Em outubro, um hospital particular foi isolado por cerca de uma hora após um comissário de bordo estrangeiro buscar assistência no local com sintomas de febre e diarreia. O caso foi descartado após o paciente relatar que nunca havia estado na África, um dos continentes mais afetados na época.

Atualmente, apenas Guiné e Serra Leoa têm registrado casos de infecção por ebola, segundo Ministério da Saúde.

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