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Ponta Grossa – A falta de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em Ponta Grossa levou a uma situação inusitada. O Hospital Cidade, que deixou de prestar o serviço há cinco meses, após o governo do estado negar auxílio financeiro para a manutenção da UTI, teve que improvisar um leito para uma senhora de 73 anos, na segunda-feira à noite. A instituição foi o último recurso do pronto-socorro, depois de procurar em toda a região por um leito vago. Desde então, a paciente permanece internada em coma, sem atendimento completo.

"O local não é o ideal e nós estamos fazendo o possível para mantê-la viva", diz o diretor-presidente do hospital, Antônio Roberto Mansur. Em maio, quando a UTI foi fechada, todos os médicos e enfermeiros intensivistas da unidade foram demitidos. A paciente está num leito, auxiliada por equipamentos, no antigo espaço que abrigava a UTI. O gasto com o internamento está sendo arcado pelo hospital, já que a família não tem condições de pagar. Até agora, o improviso custou R$ 1,2 mil. "Esse gasto é nosso e vamos absolvê-lo, não cobraremos de ninguém", informa Mansur.

Sem as dez vagas de UTI do Hospital Cidade, a oferta de leitos especiais em Ponta Grossa caiu 20% e, depois disso, pelo menos nove pessoas morreram enquanto aguardavam por uma vaga, de acordo com o Ministério Público. A UTI foi inaugurada em setembro de 2003, no auge da crise da falta de leitos em UTIs de Ponta Grossa.

SUS

Agora, a direção do hospital anuncia também a suspensão do atendimento pelo SUS (Sistema Único de Saúde), a partir de janeiro. O pedido de descredenciamento será feito à 3.ª Regional de Saúde amanhã. Mansur afirma não conseguir mais manter o atendimento. Mensalmente o hospital interna cerca de 500 pacientes, mas recebe apenas 70 Autorizações de Internamento Hospitalar (AIHs). O hospital oferece para a populaçào de Ponta Grossa um total de 90 leitos comuns, sendo 40 pediátricos e 50 adultos.

Telêmaco Borba

A manutenção dos dez leitos de UTI e o atendimento médico mantido pelo SUS no Hospital Doutor Feitosa, em Telêmaco Borba (região dos Campos Gerais), depende de uma reunião hoje, entre a prefeitura e a direção do hospital. O hospital também aguarda para hoje a documentação da Secretaria Estadual de Saúde (Sesa) que formalizará a ajuda financeira anunciada na sexta-feira. "Até essa reunião e o contato com a secretaria, fica mantida a nossa decisão de fechar a unidade", afirma a diretora do hospital Olga Schlusaz.Já a Sesa confirma através de nota enviada pela assessoria de imprensa que o auxílio será feito ao atendimento do SUS e os leitos especiais não serão fechados. A Sesa vai aumentar o teto financeiro da instituição em R$ 50 mil, passando de R$ 339,3 mil para R$ 389,3 mil mensais.

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