O albergue onde o guineano Souleymane Bah, suspeito de estar infectado com Ebola, estava antes de procurar ajuda em uma unidade de saúde em Cascavel, Oeste do PR| Foto: Felippe Aníbal / Gazeta do Povo

Exames para confirmar caso de ebola serão feitos em Belém

O sangue do paciente com suspeita de ebola será coletado no instituto no Rio de Janeiro e transferido para o de Belém, que é especializado em vírus exóticos e foi selecionado pelo Ministério da Saúde como laboratório de referência para diagnosticar o ebola.

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Unidade da Fiocruz é referência para tratamento de ebola

Nas últimas semanas, os infectologistas passaram por treinamentos sobre como tratar as pessoas contaminadas pelo vírus e participaram de palestras com profissionais que estiveram nas áreas epidêmicas.

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Não há razão para pânico, diz infectologista

Segundo Andreia Marujo, vizinhos e população de Cascavel não precisam se preocupar. Contágio se dá exclusivamente pelo contato físico com fluídos corporais de portador da doença.

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Protocolos internacionais

O ministro da saúde Artur Chioro ressaltou que todos os protocolos internacionais de segurança foram adotados desde que foi levantada a suspeita da contaminação pelo vírus, ainda na UPA 2, no bairro Brasília, em Cascavel.

Segundo foi repassado, tão logo o africano deu entrada na unidade (às 17h45 desta quinta-feira), os responsáveis notificaram a Secretaria Municipal de Saúde sobre o fato. Às 18 horas foram acionados o Centro de Operação de Emergência de Saúde (Coes), do Governo Federal, e também a Secretaria de Estado da Saúde do Paraná (Sesa).

Uma equipe médica enviada pelo Ministério da Saúde chegou a Cascavel por volta da 00h30, e a 1h11 a comunicação da suspeita foi enviada à Organização Mundial de Saúde (OMS).

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O paciente Souleymane Bah, 47, primeiro caso suspeito de ebola no Brasil, não apresenta febre ou outros sintomas típicos da doença e tem quadro estável, segundo informação dada, no final da tarde desta sexta-feira (10), pelo Ministério da Saúde. O resultado do teste que pode confirmar ou descartar o vírus deve ser divulgado até este sábado (11).

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FOTOS: veja como foi a transferência do paciente ao Rio

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Segundo o ministro Arthur Chioro (Saúde), o Brasil vai ampliar a ajuda humanitária a Guiné, Serra Leoa e Libéria, com a oferta de mais dez kits para o atendimento às vítimas - suficientes, cada um, para cuidar de 500 pacientes por três meses - e cerca de R$ 13,5 milhões em arroz beneficiado e feijão.

Uma nova ajuda em dinheiro deve ser anunciada na próxima semana, para se somar a US$ 500 mil já doados.

Ao longo do dia, Chioro evitou descartar a infecção do paciente pelo ebola, apesar da ausência de sintomas. A reportagem apurou que a área técnica trata o caso como "pouco provável".

Bah desembarcou no Brasil, vindo da Guiné (um dos países mais afetados pelo vírus) e com escala no Marrocos, no dia 19 de setembro, via Guarulhos, segundo registros oficiais colhidos pelo governo federal. Deu entrada em uma unidade de saúde de Cascavel (PR) na tarde desta quinta-feira (9), dizendo ter tido febre, dor de garganta e tosse.

Apesar de não apresentar quadro febril quando chegou à UPA, foi classificado como o primeiro caso suspeito de ebola no país por seu histórico de viagem nos 21 dias anteriores e pelo relato de febre.

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Bah, nacional da Guiné, foi isolado na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) e transferido em um avião da FAB (Força Aérea Brasileira) para o Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, no Rio, na madrugada desta sexta (10). No hospital, foi colhido material para o exame que vai confirmar ou descartar a infecção pelo vírus. Um exame de confirmação será feito dois dias após o primeiro.

Se descartada a suspeita com os dois exames laboratoriais, o episódio servirá como um grande "test drive" para averiguar o alerta dos serviços de saúde e cada etapa do protocolo de identificação e tratamento de um potencial caso de ebola.

"No limite, tivemos um grande aprendizado ao colocar em prática nosso protocolo em uma situação concreta", disse, na manhã desta sexta (10), o ministro Chioro, para quem seria irresponsável e inadequado tratar um caso suspeito de outra forma que não seguindo todo o protocolo internacional.

"Temos que ser muito rigorosos na padronização de caso. Não podemos deixar na interpretação subjetiva do profissional de saúde. Foi isso que fez com que, nos Estados Unidos, um caso leve fosse mandado de volta para casa [e depois confirmado para ebola]", explicou Jarbas Barbosa, secretário de vigilância em saúde.

Ainda está pouco clara a rota do paciente, que se diz refugiado político, até chegar a Cascavel. O governo explica que, em termos de saúde pública, porém, é de pouco interesse esse trajeto, já que o ebola só é transmitido após o início dos sintomas –o que, nesse caso, ocorreria a partir de quarta (8).

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"Quero destacar que a situação está sob controle, todos os procedimentos do protocolo foram efetivamente aplicados com muito êxito", disse o ministro.

Na tarde desta sexta, Chioro interagiu por meio de "Face to Face", na página do Ministério da Saúde no Facebook, sobre o ebola. O ministro respondeu a algumas perguntas de usuários da rede social, como potenciais novas ações a serem adotadas nos aeroportos e medidas adicionais de prevenção para profissionais de saúde.

Contatos

Técnicos do ministério enviados ao Paraná identificaram, em conjunto com a secretaria local, 64 pessoas que estiveram em contato com Bah desde o início dos sintomas. Dessas, 60 estavam dentro da UPA e quatro compartilhavam a moradia com o paciente.

Três dos contatos da UPA são profissionais de saúde que tiveram acesso direto a Bah e terão suas temperaturas conferidas duas vezes ao dia; os demais terão a temperatura medida uma vez por dia. Até o momento, nenhum apresentou sintomas.

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O ministério classifica como "baixo" o risco de todos os contatos.

O governo mantém as ações para a identificação do ebola no Brasil. Barbosa argumenta que medidas como o controle de temperatura de viajantes, na chegada ao país, têm pouco efeito prático, já que eventuais passageiros infectados podem chegar assintomáticos. Para o secretário, é mais eficaz fortalecer alertas nos serviços de saúde.

UPA reabre mas pacientes não aparecem, com medo do ebola

A Unidade de Pronto Atendimento (UPA) 2, em Cascavel, no Oeste do Paraná, foi reaberta para atendimento ao público no início da tarde desta sexta-feira (10), às 13 horas. Interditado desde a quinta-feira (9), por volta das 18 horas, o local foi devidamente higienizado e esterilizado com produtos químicos. Apesar do atendimento na unidade ter sido normalizado, havia apenas oito pessoas esperando para serem atendidas no local por volta das 15h30.

Pacientes isolados na UPA 2 foram liberados

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Os pacientes que ficaram isolados na UPA 2, em Cascavel já foram liberados.

Segundo determinação dos órgãos de saúde responsáveis, eles foram autorizados a deixar a unidade, porém, vestidos com peças de roupas diferente daquelas que usaram durante todo o tempo em que permaneceram na UPA. Familiares foram avisados para que levassem as mudas limpas de roupa até o local, sendo que as usadas ficaram unidade, que reabriu às 13 horas desta sexta, para esterilização.

Surto na África

Ao lado de Serra Leoa e Libéria, a Guiné, nacionalidade do paciente, é um dos três países que mais registraram casos de morte pela doença no continente.

O atual surto de ebola é o pior que se tem conhecimento. Relatório divulgado pela OMS nesta quinta-feira (9) aponta que já foram registrados este ano 8.094 casos da doença em toda a África. Destes, 3,9 mil resultaram em morte.

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No último mês, outros dois casos suspeitos semelhantes, de pessoas vindas da África, foram notificados ao estado do Paraná por prefeituras. Nestas situações, porém, foram considerados suspeitas de malária, já que os pacientes não vieram de países africanos com registro de surto de ebola.

Pelo mundo

O número de pessoas que morreram por causa do vírus ebola chega a 4.033 em sete países, de acordo com o balanço divulgado nesta sexta-feira (10) pela Organização Mundial da Saúde (OMS). O número de infectados registrados até o último dia 8 é de 8.399, 366 casos a mais em comparação com o relatório divulgado pela organização há dois dias.

Das equipes médicas e sanitárias infectadas, 233 morreram: 38 na Guiné, 95 na Libéria, cinco na Nigéria e 95 em Serra Leoa. Sobre o surto separado de ebola identificado na República Democrática do Congo (RDC), a OMS informou que já foram registrados 71 casos com 43 mortes, oito de membros das equipes de saúde.

O mais novo relatório da OMS também confirmou o primeiro caso de ebola transmitido fora da África. A auxiliar de enfermagem Teresa Romero, que fez parte da equipe que cuidou dos missionários espanhóis Miguel Pajares e Manuel Garcia Viejo, foi contaminada com o vírus. Os missionários morreram no Hospital Carlos III, em Madri, na Espanha, depois de contraírem o ebola em Serra Leoa, na África.

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A enfermeira foi isolada para tratamento e cerca de 30 pessoas que tiveram contato com ela estão sendo monitoradas. Seis delas já foram submetidas a isolamento preventivo, entre elas, o marido de Teresa, Javier Limón. Também na Espanha, sete pessoas se apresentaram na noite de quinta-feira em uma unidade de isolamento de ebola em Madri.

Nesta quarta-feira, os Estados Unidos confirmaram a morte do liberiano Thomas Duncan, a primeira pessoa diagnosticada com ebola nos Estados Unidos. Ele estava hospitalizado desde 26 de setembro. Segundo o hospital, Thomas morreu de manhã. O governo americano investiga se houve imprudência no primeiro atendimento hospitalar. Antes da internação, ele chegou a ser atendido, mas foi liberado, porque o funcionário do hospital não teria reportado ao médico, como indicava o protocolo, que ele era um viajante do Oeste africano.

Suspeita de Ebola no Brasil

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